26/01/2017

ANÉIS #7



Os anéis/aliança FIGURES em aço inox, com figuras recortadas e com 14mm de altura são mais uma novidade deste ano de 2017.

Existem 4 opções: árvore da vida, símbolo do infinito, trevo de 4 folhas e mão de Hamsá ou mão de Fátima

Ousam?

25/01/2017

MEMÓRIAS DE UMA MÃE EM CONSTRUÇÃO #6



5 Dezembro 2015



Naquele momento iriamos perceber o que realmente tinha sido retirado de dentro de mim… e lá estava preto no branco “dois miomas”, apenas dois miomas foram retirados, apenas dois miomas foram enviados para análise. Esta era a prova de que nos havia sido ocultada informação. E porquê? Em momento algum eu ou o João contestámos qualquer decisão médica mas o que sempre dissemos é que preferíamos verdades cruéis a mentiras piedosas e quando a médica diz “correu tudo bem está tudo limpo” nós estávamos longe de imaginar que afinal dos três apenas dois miomas haviam sido retirados. Estávamos perante uma mentira piedosa… algo que sempre pedimos não ouvir desde o início e que nos faria desconfiar de tudo a partir dali. Olhámos um para o outro e decidimos que este era um capítulo fechado na nossa vida e que a consulta que acabáramos de ter era um novo episódio. 2016 estava à porta e era tempo de encher os pulmões de ar novo e o coração de boas energias.


2016 chegou e tanto eu como o João repetimos alguns exames a pedido do Dr. Vasco e marcámos nova consulta para Fevereiro. Nessa altura já teriam passado 3 meses depois da miomectomia, o corpo já tinha regenerado e a menstruação normalizado. Aparentemente já muito teria regressado à “normalidade”.


No meio deste processo eu precisava de renovar a minha fé, de me sentir plena de energia para começar o que imaginaríamos vir a ser um processo longo e doloroso. Num impulso enviei uma mensagem à Ana e perguntei-lhe “ este ano vão a Fátima a pé? Eu gostaria de ir…” … sem pensar mas com a certeza de que eu precisava disto. Precisava de me encontrar… de deitar cá para fora todos as dúvidas, todas as questões que me atormentavam e libertar o meu coração de desconfianças e maus pensamentos. Começou nesse dia a organização daquela que viria a ser a nossa caminhada de peregrinação de Abril.


Eu sabia que tinha uma costura com quase 20 centímetros recente, eu sabia que isso me iria limitar muito a preparação para a caminhada mas eu tinha uma certeza. Uma certeza única… o que o corpo não conseguisse a minha fé iria compensar. E acreditem que foi mesmo assim.


A consulta de 29 de Fevereiro chegou. A primeira coisa que mostrámos foi a análise morfológica e o Dr. Vasco, sempre dentro de uma conduta deontológica irrepreensível, confirmou aquilo que nós já sabíamos “apenas foram retirados dois miomas mas não há dramas porque isto não é um impedimento para uma possível gravidez uma vez que estes miomas desenvolvem-se para fora do útero. Ele apresenta a forma triangular sem aderências”. Mas o Dr. Vasco foi mais longe e disse logo que perante todos os documentos clínicos que tinha em sua posse não havia nada que lhe indicasse que não fosse possível engravidar. Que de facto a reserva de folículos era pequena mas ele sempre nos afirmou “só precisamos de um, apenas um para que tudo possa acontecer”. E foi neste momento que fomos confrontados com a primeira decisão importante para o nosso futuro: esperar que uma possível gravidez acontecesse fruto de medicação de estimulação ovárica, podendo passar 1 mês, 6 meses, 1 ano… ou dar um passo mais à frente e passar para uma FIV (fertilização in vitro). Tanto eu como o João sempre estivemos em sintonia neste processo e isso foi sem dúvida um dos fatores mais importantes para a sanidade mental de ambos. Ambos estávamos conscientes que o tempo não nos iria oferecer mais hipóteses, antes pelo contrário, ambos sabíamos (porque já tínhamos falado sobre isso) que avançar para a FIV significaria um esforço financeiro, um esforço mental e acima de tudo físico (mais da minha parte). E naquele momento os dois quase em sintonia dissemos “não queremos perder tempo e estamos dispostos a fazer o que Dr. achar ser o tratamento mais eficaz para nós”. A primeira grande decisão estava tomada, esta seria a ultima consulta na Cuf e a próxima já seria na AVA Clinic. Quase no final da consulta disse ao Dr. Vasco que gostaria de fazer uma peregrinação em Abril e se ele desaconselharia porque de alguma forma iria adiar os nossos tratamentos. O João aqui discordava de mim e por ele adiaríamos a peregrinação e não os tratamentos mas, e é aqui que nós distinguimos os médicos reais daqueles que apenas praticam medicina, disse logo “ vá Sara, se acha que precisa disso vá, não serão dois ou três meses que farão a diferença, até porque é preciso que o útero regenere na totalidade”. Mais uma vez percebi que este era o nosso médico, um homem da ciência que percebia que eu poderia ter essa necessidade e que isso poderia ser um factor importante para todo o percurso que estava à nossa frente.


O próximo encontro seria com a mãe de todas as mães. Seria uma caminhada para lamber as feridas, arrumar a cabeça e o coração e deixar que a fé preenchesse todas as fissuras que a dúvida e a dor haviam provocado.



(continua)

23/01/2017

OS FERREIRA FORAM AO CINEMA #9 (e arrependeram-se para todo o sempre)



Confesso que estava um nadinha ansiosa por ver este filme e, foi apenas por essa razão é que, obriguei o Sr. Ferreira a voltar ao cinema tao depressa (uma vez que a ultima experiencia nos tinha marcado tao negativamente).
Um dos meus argumentos foi "é um filme denso não estou a ver a malta mais nova a aderir a ele, por isso serão pessoas mais "maduras" a assistir. Vais ver vai ser diferente" (pois que me enganei e ainda estou engasgada com todas as palavras que tive de engolir).
Acertei na questão da idade da maioria dos espetadores mas falhei redondamente no que diz respeito ao comportamento das pessoas.
Do meu lado direito estava sentada uma senhora que tinha a sua palhinha embrulhada naquele plástico que faz um barulho altamente irritante. Pois que se na primeira parte ela mexeu e remexeu na maldita palhinha provocando pequeninos barulhos altamente nauseantes (juro-vos que me ocorreu tirar da carteira o "vomitódramo" que uma amiga me deu para situações de SOS apenas para avisar que a qualquer momento poderia ser alvo de uma manifestação espontânea dos nossos gémeos... não o fiz) na segunda parte ficou a brincar com o maldito plástico (depois de o retirar da palhinha)o tempo todo. Mas a senhora (que deveria ter a idade para ser minha mãe) ainda não estava satisfeita com a banda sonora paralela que estava a criar para um filme que intitulava de "SILÊNCIO", a isto ela acrescentou um telemóvel em silencio que não parava de vibrar e ainda ousou libertar uns "Que chata não percebe que não posso atender" . Estive muito perto de lhe dizer "Não minha senhora a chata não é a pessoa que lhe está a ligar mas sim voce". Respirei fundo e continuei a dissolver pipocas suavemente na minha boca para não incomodar aquela banda sonora maravilhosa que a minha vizinha estava tao eficazmente a produzir.

Eu tenho um duvida real: Serei a única que ouve, antes do filme começar, "DESLIGUEM OS TELEMÓVEIS? Pessoas... ninguém diz coloque no silencio... é para desligar mesmo!!! E não me digam que são todos médicos que estão de sobreaviso, ou técnicos de informática que têm estar 24 horas contactáveis, porque não posso acreditar nisso! Enfim... foi apenas mais uma ida ao cinema que, agora sim, não se repetirá tao depressa.

Mas voltemos ao filme... sim porque foi para isso que nos deslocámos à sala de cinema! Este conta a história de dois missionários portugueses que procuram o seu mentor espiritual no Japão do século XVII.  Sebastião Rodrigues (Andrew Garfield) e Francisco Garrpe (Adam Driver), partem em missão para espalhar a fé católica aos japoneses e para procurar o seu mentor espiritual, o padre Cristóvão Ferreira (Liam Neeson), que terá renunciado publicamente a sua fé. 

O filme retrata a perseguição e tortura de que os cristãos eram vítimas no Japão naquele que ficou conhecido pelo período de Edo. Tem imagens muito bonitas, com uma atmosfera apaixonante e onde o silencio um elemento importante. Gostei do filme e fiquei com curiosidade de ler o livro, porém houve algo que me fez bastante confusão. Ao longo do filme são varias as vezes em que as personagens dizem não dominar o Português, pedindo desculpa por isso, mas os sons que lhes saem da boca são em ingles. Isto não faz sentido nenhum. Obvio que seria pedir muito que o Martin Scorsese gravasse o filme em português mas então porquê exaltar esse facto? Não seria preferível simplesmente omitir isso e assumir que todo o ingles falado seria entendido como português?

Acho que estou mesmo a ficar picuinhas com a idade... se calhar o mal está mesmo em mim e não nos outros. Mas eu tenho de viver comigo até ao ultimo dos meus dias logo... vou manter-me longe de uma sala de cinema nos próximos tempos.

Bons filmes para todos!




21/01/2017

PULSEIRAS #113

A primeira novidade de 2017 da FIO A PAVIO são as pulseiras SECRET BANGLE SLIM em aço inox. São pulseira resistentes, que não oxidam nem deformam, que podem ser personalizadas com nomes e com brilhantes de várias cores.

Brilhantes disponíveis nas cores azul, rosa e transparente.

Ousam?




20/01/2017

MEMÓRIAS DE UMA MÃE EM CONSTRUÇÃO #5


1 Dezembro 2015


Depois de ligar à minha mãe a contar o que nos tinha acabado de acontecer era tempo de enxugar as lagrimas, lamber as feridas e pensar numa solução.

Há muito que eu guardava o nome de um médico que tinha acompanhado um casal amigo no seu problema de infertilidade, porém a clinica não tinha acordo com a nossa companhia de seguros e deixámos esta opção como plano B. Pois estava na hora de o acionar, eu não estava disposta a entrar em 2016 com tantas dúvidas e perguntas por responder. Rapidamente me agarrei ao telefone e ao Google e percebi que o Dr. Paulo Vasco além de dar consultas na clinica AVA também dava na Cuf de Sintra (aqui não como especialidade de infertilidade mas como ginecologista) o que para efeito de primeira consulta era o bastante para nós. Marquei logo consulta para dia 5 e digo-vos que foi muitíssimo importante que o tivéssemos feito de forma rápida e célere. Dezembro é um mês nostálgico, de mudança de ano e vivê-lo de forma angustiante não era de todo o que tínhamos imaginado.


Chegou dia 5 e munidos de todos os exames que fizemos lá tivemos o nosso encontro com o Dr. Paulo Vasco e tudo mudou. Mudou mesmo! Além de ser uma pessoa muito sensível e atenta à nossa parte emocional (e já vos explico melhor esta minha afirmação) ele é um médico extremamente acessível que nos explica tudo ao detalhe até que todas as nossas dúvidas se dissipem. Ficámos logo a perceber por entre linhas que ele jamais me teria feito a miomectomia sem analisar o desenvolvimento do mioma maior e que apresentava maiores riscos de degenerar em algo maligno. Segundo ele um mioma que degenera tem um desenvolvimento muito rápido, logo esperar e analisá-lo por um período poderia ter sido a melhor opção. Mas é engraçado como a classe médica respeita os seus códigos deontológicos pois ainda assim ele deu o benefício da dúvida à nossa médica e explicou-nos que muitas vezes existem miomas que estão escondidos atrás de outros e só se tornam visíveis quando os segundos são retirados… no entanto nem ele conseguia justificar a omissão.
A determinada altura ele pediu-nos a análise morfológica dos miomas. Como? Análise do quê? Nunca tínhamos visto nenhum documento com aquele nome. O Dr. Vasco disse que tínhamos direito a essa análise e que através dela iriamos perceber o que de facto tinha sido retirado na operação. Uma vez que esta ocorrera na Cuf de cascais o sistema era o mesmo e que podíamos pedir o documento quando terminasse a consulta (mais uma para juntar às nossas desconfianças).

Apresentámos os exames e apesar da minha idade (39 anos na altura) ele disse logo “temos um valor baixo de folículos, mas nós só precisamos de um não é? Com um temos uma possível fecundação, uma possível gravidez e um possível bebe” imaginam o que é ouvir isto? Finalmente ter alguém que apesar de nos dizer que vai ser difícil que não é impossível? Que não me diz de forma bruta e insensível, como uma conhecida obstetra/ginecologista e blogger conhecida, “estás velha queres o quê?”. Tanto eu como o João bebíamos as suas palavras de forma sôfrega. Percebemos que um dos exames que fizemos não estava tao bom como a outra médica tinha dito e que seria obrigação dela o mandar repetir, coisa que obviamente não fez e nem sequer o mencionou.

Enfim, quanto mais avançávamos na consulta mais confiantes estávamos que independentemente do desfecho da nossa história este era o nosso médico. Aquele que nos dava a confiança roubada.

Face ao nosso historial, aos exames que tínhamos à nossa frente e também porque com a miomectomia era necessário esperar que o útero regenerasse, a próxima consulta seria a 29 de Fevereiro, ainda ali na Cuf de Sintra.

Nessa altura ele iria analisar os exames e iriamos decidir o que fazer no futuro.

Saímos do gabinete e tanto eu como o João trazíamos um sorriso no rosto. Tanto eu como ele éramos os mesmos de quando entrámos porém estávamos muitíssimo mais bem informados e conscientes do que o futuro nos poderia reservar.

Dirigimo-nos ao guichet para pagar a consulta e para pedir a tal anatomia patológica. Foi-nos dada na hora. Um envelope fechado. Ali dentro estava a resposta às nossas dúvidas dos últimos dias, a resposta à pergunta se teríamos de facto sido “enganados” quanto aos miomas que me foramretirados. Entrámos no carro… e eu abri o envelope.



(continua)

19/01/2017

HOJE É MAIS UM DIA EM QUE A SAUDADE ME ENGOLE

Hoje seria dia de te ligar. De te dar os parabéns e de te dizer que possivelmente iriamos ver-te no próximo fim de semana. Era dia de dizer que íamos levar os pasteis de belém que tanto gostavas. Era dia de te prometer que ias ver os teus bisnetos na minha barriga.

Hoje é dia de te chorar. De chorar as saudades que não passam. De pedir que olhes por estes pequeninos e de te dizer que eles saberão o enorme homem que foste. Que terão de honrar todas as tuas lutas e que serão orgulhosos por todas as tuas conquistas.

Hoje será sempre o teu dia avô, o dia em que a saudade transborda do peito e me engole. O dia em que revivo cada momento que partilhámos, as inúmeras vezes que jogámos ao burro e em que tu me deixavas fazer batota descarada, todas as anedotas que gostavas de partilhar connosco, as tuas teimosias que acabei por herdar, o piscar de olho sempre que roubavas um docinho às escondido da mãe e da avó... tantas saudades avô.

Hoje, tal como ontem e como amanha o meu coração sente a tua falta.

Parabens avô!

ENXOVAL DE GÉMEOS OU COMO ENDIVIDAR OS PAIS #1

Desde o momento em que soubemos que íamos ser pais (de coração vos digo que ainda me é deliciosamente estranho escrever "pais" de gémeos) que o nosso cérebro se converteu numa enorme calculadora. Revemos diariamente a quantidade de coisas que são necessárias para um bebé viver e ficamos assustados, com o numero de compras que temos de fazer e do valor que irá envolver. A maioria dos amigos aconselham-nos a procurar coisas em segunda mão, pois existem muitas coisas em bom estado e que não justificam um grande investimento, mas eu confesso que nunca fui de comprar coisas em segunda mão. Espero para o bem estar financeiro familiar que consiga contornar esta minha limitação (que reconheço ser apenas minha).

Mas voltemos à questão do enxoval dos nossos pequenitos (escrevo pequenitos porque me refiro a bebés, já que o sexo ainda se mantem por desvendar com certezas) pensam que por serem bebés muito desejados já têm carradas de coisas compradas pelos pais? Enganem-se nem uma chucha comprámos (pais desnaturados). Não comprámos realmente nada e estas pobres criaturas apenas contam no seu enxoval  com : 5 baby-grows brancos (2 oferecidos pela avó materna e 3 pelos tios), dois pares de meias brancas e dois pares de meias azuis escuras (oferecidos por uma tia de coração), dois pares de meias do mickey (oferecidas por uns tios de coração, porque será? desconfio que esta compra foi mais para agradar à mãe, e ainda bem porque são uma fofura), duas sweat-shirts oferecidas pelos "tios" que têm a loja mais cool da grande Lisboa (BANA) e mais nada!

Posto isto e como já perceberam que estamos em modo pânico sem saber muito bem por onde começar a fazer o enxoval dos gémeos, os Ferreira decidiram começar pelo artigo mais caro da lista (talvez assim depois tudo nos pareça um mal menor): comprar um carro à altura do desafio que temos pela frente. Nada nesta casa segue os parâmetros normais... gostamos de ser diferentes!
Neste momento por causa dos meus enjoos persistentes recorrer a sites de carros para fazer a nossa compra foi uma ferramenta super útil e rapidamente demos com um super fácil de pesquisar (a pessoa nesta fase quer é coisas praticas e objetivas)  Santogal. Se vos disser que entre a primeira pesquisa e a compra demorámos 1 semana mais ou menos é mesmo verdade. A ajuda do Hélder Luís, um super vendedor, foi sem duvida uma mais valia pois mais do que nos "impingir" um carro ele ouviu as nossas necessidades e foi ao encontro delas ainda que isso significasse não vender o carro mais caro do stand. Formámos uma espécie de equipa vencedora, foi chegar ver e vender. Quando me desloquei ao stand já tinha decidido o que queria ... faltava apenas convencer o Sr. Ferreira em relação à cor e ate aqui o Hélder fez equipa comigo (o fato de ter 3 mulheres em casa deve facilitar a "não as podes vencer junta-te a elas) e facilmente demos a volta ao sr. marido.


Assim sendo fica aqui a atualização do enxoval:

-  5 babygrows brancos
- 6 pares de meias
- 2 sweat-shirts
- carrinha de 5 lugares

Já não falta tudo!



Nota - não começámos por trocar de casa porque estamos confiantes de que não será necessário :)

17/01/2017

MEMÓRIAS DE UMA MÃE EM CONSTRUÇÃO #4


Setembro 2015

Como já havia referido anteriormente a operação correu bem, segundo a médica, e agora era tempo de recuperar para finalmente traçarmos os nossos planos. No meio desta confusão toda o meu sogro lá lutou como um guerreiro e saiu da situação complicada em que se encontrava e todas as coisas pareciam estar a conjugar-se para o sucesso.
Claro que uma recuperação minha tinha ainda de ter um revés e fiz alergia … ao penso. Bem dita hora em que o molhei no banho e em que foi necessário refaze-lo pois só nesse momento se deu conta. Podem não acreditar mas naquele momento custou-me mais a alergia (pois a pele veio toda agarrada ao penso) do que a própria cicatriz de quase 20 centímetros que agora habitava em mim.
Foram 3 dias de internamento rodeada de uma equipa maravilhosa de técnicos. Todos os elogios que poderei fazer sobre eles serão poucos. Agora era tempo de regressar à normalidade, recuperar bem para em Dezembro regressar à médica.
A recuperação da miomectomia é em tudo parecida com a da cesariana mas sem a parte boa de ter um bebe para cuidar. Parece que as entranhas nos vão sair pela cicatriz mas tudo é caminho e tudo se supera quando a nossa missão é muito maior.

Os dias passaram, o corpo regenerou-se e a cabeça apenas estava focada no futuro.

Dia 1 de Dezembro foi o dia de regressar ao gabinete da nossa médica. Íamos completamente descontraídos e ansiosos por saber o que tínhamos de fazer agora para alcançar o nosso sonho. Fiz uma ecografia vaginal para saber se estava tudo bem, manda-me vestir com a simpatia (not) habitual e (recordo-me deste momento como se tivesse acabado de acontecer) enquanto eu me vestia, ela escrevia no computador e verbalizava “está tudo bem, temos um mioma mas vamos vigiar, agora vamos fazer nova medicação…” Neste momento o João olhou para mim e foram segundos que nos pareceram anos, e perguntou “Mioma? Mas novo?”. Eu naquele momento congelei e apenas consegui colocar um riso nervoso que não mais largou dentro daquela sala. Ela ignorou a pergunta do João e continuou “alegremente” escondida atrás do ecrã a debitar frases que eu já não ouvia. Recordo-me do João ter perguntado de novo e de novo ter sido ignorado. Nós estávamos suspensos e precisávamos de ouvir a resposta àquela pergunta. Saímos do gabinete, pagámos e já não marcámos nova consulta… sem conversarmos ambos percebemos que não iriamos ali voltar tao depressa. Chegados ao elevador as lagrimas já me escorriam pelo rosto, o João já me interrogava porque razão eu não tinha dito nada à médica, porque razão me tinha calado. Eu não estava a viver aquele momento, nós os dois a discutir porque algo que nos era alheio mas que era determinante para a nossa vida enquanto casal. Não podia ser verdade. Saímos do Hospital para eu respirar, eu precisava de sair dali, de voltar a respirar… finalmente o João entendeu que eu tinha paralelizado e decidiu ele voltar atrás para confrontar a médica sobre o que nos tinha acontecido.
Não conseguir conter as lagrimas, só me apetecia gritar até que a voz se esgotasse e tudo saísse cá de dentro. Os segundos novamente pareciam horas… finalmente o João chegou e repetiu o que tinha acabado de ouvir “têm de entender que eu não podia mexer muito no útero se é para existir uma gravidez”. Como?? Mas não fomos nós que dissemos que estava tudo limpo, não fomos nós que detectamos 3 miomas e que decidimos retirar os 3. Não fomos nós que usámos a expressão “correu tudo bem retirámos tudo”. Porque razão nos era pedido agora e sem qualquer contextualização que aceitássemos que ainda existia um mioma por trás daquela cicatriz?
Foram horas terríveis, em que nos questionamos, em que achamos que se calhar tomámos as decisões erradas, em que pensamos que deveríamos ter pedido uma segunda opinião, uma terceira ou até quarta. Foi difícil olhar para o espelho e ver ali aquela cicatriz e pensar que poderia não ser a ultima…

(continua)

15/01/2017

OS FERREIRA FORAM AO CINEMA #8 (e não voltam lá tão depressa)

Não sei se foi dos 3 nausefs que tomei durante o dia, se das jovens adolescentes que chafurdaram num balde de pipocas durante um filme passado quase sempre num silencio sepulcral, se pela senhora de cinquenta e muitos que decidiu ter o seu telemóvel formato mini televisor sempre ligado para trocar mensagens sabe deus com quem... a verdade é que este filme ficou muito aquém do que estava à espera.

Quando leio criticas muitos favoráveis, quando todos acham que o filme é absolutamente imperdível, dificilmente saio de lá satisfeita. É inevitável sentir empatia por um homem alcoólico que vive com o remorso de poder ter provocado a morte dos 3 filhos, que tem uma profissão que não o preenche, que é abandonado pela mulher, cujo irmão morre e ainda lhe deixa de herança um sobrinho adolescente que não sabe lidar com a sua nova condição. Era mais que obvio que a interpretação do Affleck mais novo não iria passar despercebida um vez que  toda a trama passa por ele e com ele. Se me incomodou a tragédia dele? Claro. Se me comoveu ao ponto de chorar? Não. Mas como disse posso ter sido severamente afetada por tudo o que se passava à minha volta.

Incomoda-me profundamente esta incapacidade atual de não se conseguir estar 90 minutos (assim na loucura) desligado das redes sociais. Porque razão não cortam o sinal dos telemóveis nos cinemas? Por favor alguém que tome esta medida urgentemente. Ja nem falo do chafurdanço nos baldes de pipocas, sei que neste momento é este negocio (pipocas, refrigerantes, gomas,...) que mantem muitos dos cinemas abertos e por isso não irá terminar tao cedo. Mas é assim tao difícil descer a mão até ao recipiente, retirar as pipocas que lhe surgem no primeiro segundo, aproximá-las da boca, abrir a boca, enfiar as pipocas la dentro, FECHAR  boca e mante-la fechada até que tudo se transforme numa massa e passe a bolo alimentar???

Bons filmes para todos... nós tao depressa não voltamos lá. Olá Netflix os Ferreira voltaram!

14/01/2017

MEMÓRIAS DE UMA MÃE EM CONSTRUÇÃO #3


Setembro 2015

Estava seguramente muito perto do meu limite. Todos à minha volta a dizerem que tinha de ter calma, que tudo ia correr bem, que não podia enervar-me assim pois ia fazer uma intervenção cirúrgica e que por muito que fosse algo "normal" envolvia sempre os riscos inerentes à mesma. No meu íntimo eu sabia que, graças a deus, não seria a falta de comparticipação por parte da seguradora que me faria não ser operada mas era todo este acumular de tensões, de conversas empurradas e adiadas, de incompetências que me eram totalmente alheias que mexiam com a minha vida. E o meu sogro numa cama de hospital... com prognostico reservado e difícil. Calma? Como é que se fazia isso?

Perdi a conta ao número de vezes que na véspera da operação ligámos para esta trilogia Banco (pois uma vez que o seguro havia sido feito através deles também os incubi de pressionarem a companhia de seguros/hospital/companhia de seguros. O resultado...nada. Nenhuma resposta.

Finalmente o dia da operação. Fomos para o hospital para ter as consultas com a anestesista e e fazer o eletrocardiograma. E espantem-se…  tinha a tensão elevadíssima. Porque seria? Que coisa estranha depois de terem tornado a minha num verdadeiro inferno nas últimas semanas era suposto a pessoa estar em modo calmo e tranquilo. Perante isto a anestesista optou por anestesia geral e que finalmente tinha alguém que me dava algum tipo de tranquilidade no meio do caos emocional em que me encontrava.

Fui para o piso dos internamentos e as rececionistas ao acederem ao computador olharam para nós com cara de pânico… “não têm ainda a aprovação da companhia de seguros”. Perante o nosso ar de “e novidades ??” (a esta altura já estávamos por tudo) lá deixaram sair a medo “vão ter de pagar a operação na integra agora”. Fazer o quê? Agradecer por esse não ser o nosso maior problema no momento (não houve um segundo em que me esquecesse que a poucos quilómetros dali o meu sogro estava numa cama de outro hospital). Pagámos e depois de tanta confusão e burocracia, aquele que é o meu porto seguro e um poço de paciência literalmente passou-se quando o telefone da companhia de seguros voltou a tocar no meu telefone para nos dizer que ainda não haviam liberado a operação.

Conseguem imaginar este cenário: eu a vestir-me para entrar no bloco, em 30 minutos, e o meu marido a chatear-se com a companhia de seguros que sabia que eu ia para o bloco às 15 e que me estava a ligar para dar uma notícia absolutamente ridícula, roçando a irresponsabilidade e que não era novidade para nós.

Naquele momento apenas consegui rezar… pedir que o meu coração não dificultasse uma operação que aparentemente seria fácil, que tudo corresse bem e que ao acordar tivesse a mesma visão daqueles olhos verdes a sorrirem para mim e que o meu sogro resistisse a mais uma provação.

Não vi nenhuma luz ao fundo do túnel (permitam-me o humor negro mas por vezes é a única forma de aligeirar as coisas) e quando acordei vi um homem sexy de toca na cabeça a pestanejar para mim… apaixonei-me de novo! Não me lembro do que dissemos (eu sou ótima a dizer parvoíces depois de uma anestesia geral… da ultima disse ao João que preferia fazer mil tatuagens do que ser operada, o que não deixa de ser verdade) mas lembro-me vagamente da médica dizer que tinha corrido tudo bem.

E para verem como a vida é irónica nesse mesmo dia recebi uma mensagem no telefone a dizer que a companhia de seguros havia autorizado a operação que já tinha acontecido. É melhor rir do que chorar perante algumas situações correto?



(continua)

13/01/2017

MEMÓRIAS DE UMA MÃE EM CONSTRUÇÃO #2


Setembro 2015

O verão passou e regressámos à CUF sem novidades das boas e com a certeza de que a operação seria uma realidade. O dia já tinha sido decidido meses atrás - 23.09.2015. Tínhamos todas as esperanças de que este seria o ponto de partida para uma aventura positiva mas estávamos longe de imaginar o que nos esperava.

Estávamos a 15 dias (mais ou menos) da operação quando o telefone tocou, era a pessoa responsável pelo bloco operatório a informar-me que a minha companhia de seguros ainda não tinha dado o ok à intervenção cirúrgica e que pediam que fosse eu a contactar a mesma. Achei a situação irreal, primeiro como é que tinham deixado tanto tempo passar para me informar desta situação e pior colocar-me a mim como intermediaria uma vez que sou eu que pago às duas instituições. Entrei em contacto com a minha companhia de seguros e disseram-me que quem estaria em falta era o hospital desde Agosto, que eles aguardavam um relatório medico que nunca tinha sido entregue. Conseguem imaginar o meu espanto?

De novo agarrada ao telefone com o hospital, fiquei horas à espera que me atendessem. Andei de departamento em departamento e ninguém assumia a responsabilidade nem ninguém tinha uma resposta para me dar. Voltei a ligar mas desta vez para o responsável do bloco e foi este senhor que me disse “não desligue” e me levou “literalmente” agarrada ao seu ouvido por escadas e pisos até chegar ao piso da ginecologia/obstetrícia e entregar o telefone à rececionista do mesmo. Disse-me que ia pedir o relatório à médica de forma a resolver o assunto. Passaram dois dias e entrei em contacto com o hospital e afirmaram que já tinham enviado o relatório médico à companhia. Liguei para a companhia disseram que o relatório que receberam era da médica que me ia operar  e que o documento que eles precisavam era da médica de família (e foi neste momento que se fez luz na minha cabeça, eles queriam perceber em que data é que os miomas tinham aparecido para saberem se me iam mesmo pagar a operação ou iam dizer que era uma doença anterior ao contrato – espertalhões, mas isso eles não nos contaram). Não imaginam o meu estado de nervos… porque razão não tinham eles logo dito a que relatório médico se referiam desde o início?

Marcámos uma consulta de urgência com a médica de família para pedir o tal relatório (cujo nome eu já não podia ouvir mais). Com tudo isto os dias foram passando e estávamos a 3 dias da operação e nós neste impasse. De repente dei por mim a pensar, a médica disse que me iam contactar para marcar a consulta com a anestesista e o eletrocardiograma (estava em duvida se iria ser operada com epidural ou anestesia geral), a minha mãe disse-me que muitas vezes essas consultas acontecem na véspera. Mas o meu sexto sentido mais vez alertou-me e preferi ligar para a CUF para saber quando iam acontecer essas consultas. Preparados para mais? “Mas ainda não fez essas consultas?” fiquei para morrer com esta indignação toda. Eu estava a falar com o responsável do bloco que tem acesso informático a toda a informação sobre a minha saúde, que me estava a marcar uma operação e estava mesmo a fazer-me esta pergunta? Eu disse que a médica tinha afirmado que entrariam em contacto comigo (e juro-vos que nesse dia agradeci nunca ir às consultas sozinha para existirem mais dois ouvidos a ouvirem o mesmo que eu, pois com tanta confusão já não confiava em mim e no meu discernimento). Lá marcámos as duas consultas para a manha da minha operação… em vez de dar entrada no internamente às 14 iria entrar às 10 para fazer exames. Maravilhoso!!!

Mas de facto a pior notícia estava para vir… o meu sogro estava internado com uma infeção pulmonar que se viria a generalizar e se converter numa septicemia, em risco de vida. E eu?? Eu estava um resto… chorei tanto sozinha. Como é que eu podia entrar no bloco para uma operação com o meu sogro noutro hospital em perigo de vida, sem o poder ver (para não correr o risco de apanhar algum vírus hospitalar), forçando o meu marido a dividir-se entre visitas à mulher e ao pai? Como?? Como é que eu podia estar calma e cheia de esperança se a vida me estava a colocar à prova assim? Só queria adiar a maldita operação…

Foram todos unanimes em me empurrar para o bloco, que nada podia fazer, que a nossa luta não podia ficar suspensa por mais tempo e que tudo ia correr bem… acreditem que o fiz por todos os que me amam pois não me apetecia mesmo!!!

O hospital de novo ao telefone, véspera da operação e a autorização continuava por ser dada por parte da companhia. De novo ao telefone com a seguradora e acreditem que a minha paciência, a minha tolerância, a minha resistência estavam a ser testados de uma forma nunca antes testada…

(continua)

12/01/2017

OS FERREIRA FORAM AO CINEMA #7

Nem sempre os nossos gostos cinéfilos estão em sintonia e por isso temos uma espécie de regra cá em casa, intercalamos uma escolha minha com uma escolha dele, e assim vamos mantendo um certo equilíbrio.

Ora se o ano tinha terminado com a minha escolha em ver o "Beleza Colateral" o inicio de 2017 aguardava-me com uma seríssima penitencia (já aqui falei várias vezes desta minha incapacidade de entender o fenómeno) mais um episódio da eterna guerrinha das lâmpadas ou como a maioria da humanidade conhece "Rogue One - Uma história Star Wars".

Grávida, consegui negociar com o senhor marido uma embalagem de M&M´s crispy para me ajudarem a digerir os 133 minutos de filme que me esperavam. Mas a verdade minha boa gente é que de todos os que vi este foi o que mais me entreteve. Não sei se devo isso ao meu estado de graça pois este aborda a temática familiar, se por estar mais velha e mais tolerante, se por me estar a habituar a este tipo de filmes, a verdade é que não dei o tempo por mal empregue e nem sequer tive necessidade de enfardar o pacote de chocolates até ao fim (nota mental sobre este assunto - nunca colocar uma embalagem de chocolates por baixo das mãos mais de 5 minutos sob pena de ficarem todos coladinhos uns aos outros pelo imenso calor humano que produzo neste fase).

Para mim estes filmes começam a ser como o "Melhoral" - Não fazem bem nem mal! Bons filmes para todos!

11/01/2017

MEMÓRIAS DE UMA MÃE EM CONSTRUÇÃO #1



Um esclarecimentos antes de dar inicio a este diário... esta é a nossa historia e não é de todo o generalizar de fatos, acontecimentos e pessoas. Cada caso é um caso, e não há receitas miraculosas. estas palavras apenas pretendem, e porque foram varias as pessoas que mostraram interesse em saber mais (porque se sentem próximas por algum motivo a tudo o que se passou connosco) ajudar de alguma forma. Se no final de tudo isto uma pessoa se sentir melhor com a nossa historia de sucesso então tudo terá valido a pena. Este diário surgiu pela minha necessidade de materializar os meus medos e receios sem alarmar os que me amam e que leem este espaço...


Maio de 2015...

"Após meses a tentar que a natureza cumprisse a sua parte nesta luta pela natalidade decidimos que o serviço nacional já não preenchia as nossas necessidades. À porta dos 40 e sem nos sentirmos apoiados pela nossa médica de família e que apenas nos dizia “relaxem, isso é o sistema nervoso a funcionar contra vocês”, sem equacionar sequer em nos encaminhar para um serviço mais assertivo no nosso caso. Procurámos entre os amigos referências de médicos e um nome surgiu no imediato. Uma médica que não reunia o consenso no que diz respeito à simpatia e afetividade mas cujo curriculum e o reconhecimento pelos pares nos permitia acreditar que podia ser por ali. Marcámos consulta na Cuf de Cascais, afinal de contas era para um momento como este que eu andava a pagar o seguro de saúde.
Confirmou-se tudo o que tínhamos lido sobre a médica. Aparentemente sisuda e de cara trancada, um nadinha bruta mas no final de contas não estávamos ali para fazer amigos mas sim para ter uma opinião competente. Logo na primeira consulta e após uma eco vaginal foram-me detetados 3 miomas e um deles de grande dimensão (a maioria dos miomas são benignos porem quando se trata de um mioma de maior dimensão este pode degenerar em cancro). Assim de repente estava detetado um dos fatores que não estaria a permitir a nossa gravidez, outros apenas poderiam ser tomados em linha de conta após uma bateria de exames, que ambos teríamos de fazer. Eu sou pessoa que prefere verdades cruéis a mentiras piedosas e o facto de haver ali qualquer coisa que não estava bem de alguma forma deu-me algum alento pois agora eu sabia o que tinha de combater. 3 Bolas que existiam no meu utero que estavam a mais. Tinham de sair!
Exames marcados, exames feitos, resultados vistos e revistos e os miomas pareciam ser mesmo um dos fatores a ter em conta bem como o facto da minha reserva de folículos (a mulher nasce com a totalidade dos folículos e ao longo da vida eles vão “morrendo”) já ser de uma pessoa com quase quarenta anos e cuja mãe teve indícios de menopausa precoce (esta parte é muito importante pois a menopausa da mãe por norma dá indícios de que a filha poderá também ela ter a menopausa na mesma altura)
O tempo não jogava a nosso favor. Começamos a fazer medicação (Dufine e ácido fólico) pois caso a gravidez acontecesse nestes meses de verão (em que se diz que andamos todos mais alegres, soltos e fofos) seria perfeito e íamos vigiando os miomas de forma mais regrada ao longo da gravidez mas a médica decidiu que ficaria já marcada uma miomectomia em Setembro.
Assim que ouvi o nome miomectomia, claro, fui logo pesquisar e percebi que existiam vários métodos e o mais recorrente nos últimos tempos era vulgarmente chamado de furinhos, por laparoscopia, a outra de barriga aberta assustou-me um bocadinho confesso. Mas não quis pensar muito nisso e fui de férias… fomos de férias com os trabalhos de casa anotados (se é que me entendem)"

(continua)

10/01/2017

OS FERREIRA FORAM AO CINEMA #6

No penúltimo dia do ano de 2016 assistimos no cinema, possivelmente, a um dos mais belos filmes dos últimos tempos. E atenção que eu disse belo não disse bom para que não restem duvidas pois não é a obra prima do cinema contemporâneo porém é de uma beleza indiscutível- Beleza Colateral. As minhas hormonas é certo que andam ao rubro e que a lagrima anda sempre saltitante nos meus olhos e fartei-me de chorar, nem as 15 pipocas que comi me distraíram (sim o senhor marido racionou-me as pipocas, sou praticamente uma gravida em sofrimento ao nível da pipoca).

Se estes senhores não eram suficientes para nos levar ao cinema Will Smith. Edward Norton, Kate Winslet e Helen Mirren, as três palavras que definem este filme AMOR, TEMPO e  MORTE eram certamente. São estas 3 palavras que dão o mote para uma trama dramática que fala de um bem sucedido publicitário cuja filha morre fazendo-o mergulhar numa depressão profunda. Will Smith é este pai completamente perdido e que outrora fora um genial publicitário inspirador. Com a perda da filha ele vê-se forçado (como forma de expurgar a sua dor, ou tentar) a escrever não a pessoas mas a estas 3 entidades que foram a sua inspiração durante tanto tempo. O filme depois fala da forma que os sócios/amigos encontraram de o tirar desta depressão profundíssima contratando atores para encarnarem o amor, o tempo e a morte. E se este gesto ao inicio tinha uma componente apenas de fazer sobreviver o negocio com o desenrolar da trama percebermos que cada um deles também se vai deixar tocar por estas entidades e que será uma verdadeira lição de vida para todos.

Como disse não é O filme dos filmes mas para mim, e reforço para mim, é um filme muito bonito, com uma poética que nos toca e nos afeta na medida que nos leva a pensar que a vida de facto se rege quase sempre por este medo da morte, a vontade de amar e ser amado e a procura por ter mais tempo para gastar no que nos faz felizes.

Resumindo : É um filme que se vê bem em casa com a mantinha sobre as pernas, aninhados na nossa parte favorita do sofá e com a cabeça juntinha a alguém que amamos agradecendo todas as  bênçãos que a vida nos proporciona.



06/01/2017

EU, SARA, ME CONFESSO

Sabem quando o que estão a viver é tudo o que sempre desejaram mas sem saberem?

Durante muitos anos eu vivi com a certeza de que ser arquiteta era o meu sonho maior. Viver arquitetura, ver arquitetura, pensar arquitetura era tudo o que eu queria e desejava. Desde os 6 anos que era este o sonho a concretizar. Depois cresci, sempre com esse foco, fui para a António Arroio com 13 anos, fui para o ar.co, todo o caminho percorrido tinha como meta final chegar ao curso de arquitetura. Cheguei lá, fi-lo de um sopro só, sem exames  nem cadeiras deixadas para trás. Terminei o curso com uma boa media, 16. Terminei o quinto ano com uma media ainda melhor, 18. E finalmente dei por mim licenciada em arquitetura. Para se ser arquiteto o caminho ainda não estava terminado. Exerci a minha profissão por doze anos consecutivos. Aos poucos a desilusão apoderou-se de mim, não pela arquitetura porque essa nunca irá perder a capacidade de me emocionar, mas com a classe que a exerce e com todo o jogo de poder e de divas que a envolve. Com os meus pares. Com os meus colegas. O meu sonho tornou-se em algo com que já não me identificava.

Voltei-lhe as costas. Experimentei outras coisas. Cresci. Casei. E a vida mostrou-me um sonho maior, o que sendo um desejo sempre presente nunca teve as proporções que viria a tomar. O verdadeiro sonho. E voltei a arregaçar as mangas. Voltei a encher os pulmões de oxigénio e lutei. Lutámos. Agora a procura do sonho é repartida e é tudo mais fácil, mesmo quando sentimos que nos escapa.

Sabem, seria fácil, hoje, dizer que foi tudo maravilhoso e que agora que sentimos o nosso sonho dentro de nós e que não o vamos deixar escapar e que tudo o resto ficou para trás. Não! Não! Enganem-se. A felicidade que sentimos é incomensurável mas a dimensão da nossa luta não foi menor. Não fomos os únicos a passar provações e infelizmente não seremos os últimos, mas é importante lembrar de onde vimos para sermos ainda mais gratos pelo que temos à nossa espera.

Sim, ser mãe é o meu sonho. Este sim é o verdadeiro sonho que me faz lutar contra tudo e contra todos. O abandono da arquitetura levou-me à depressão (juntamente com outros fatores) a luta pela maternidade levou-me à superação. Fez-me crescer, fez-me lutar realmente pelo sonho maior. Por isso jamais apagarei tudo o que passei, tudo o que passámos, tudo o que fizemos passar (porque quem nos ama também sofre, em silencio com medo de incomodar). Nao esqueço que me olhavam como se eu fosse de papel, uma espécie de peças de dominó empilhadas de forma complexa e que ao mínimo sopro desmoronariam.

A luta conta a infertilidade ou a luta pela fertilidade, como preferirem, é dura. É muito dura. Duríssima. E coloca todos à prova. Talvez por isso e uma vez confrontados com esta palavra haja uma necessidade de encontrar palavras com que nos identifiquemos. Não queremos estar sós. Precisamos de identificação. De sentir alguma normalidade em algo que aparentemente não é normal. E eu não fui diferente... procurei palavras, procurei pessoas, procurei respostas às milhentas perguntas que se iam acumulando na minha cabeça (não as cientificas porque essas são fáceis de encontrar, mas as outras, as dos afetos). E confesso que não encontrei muitas. Pensei muito sobre isso e confesso que ainda não entendi o tabu. Não cometemos crime algum. Somos um casal cujo destino apenas nos cruzou numa fase mais avançada da vida (se é que aos 34 anos se pode falar em idade avançada, mas a verdade é que sim nesta questão da infertilidade) e que por essa razão, acima de tudo por essa razão, não tiveram a possibilidade de ser abençoados com um nascimento porque o corpo assim não o entendeu. Se a vida me ensinou algo, e atenção que esta lição é muito pessoal e é o meu lema de vida, é que apenas podemos curar o que verbalizamos. E a minha forma de filha única de "verbalizar" é escrevendo. Assim sendo, neste espaço que tem tanto de meu como de vosso, vai surgir um tópico sobre toda esta aventura que vivemos, que vivi. Será uma historia em que fui um pedacinho spoiler pois ja sabem que terminará em bem (assim o desejamos) mas uma historia verdadeira. Sem florzinhas nem rococós. Com todos os meus medos, inseguranças, frustrações, conquistas, lutas,... acima de tudo com uma honestidade crua... e se no final as minhas palavras tocarem uma pessoa que seja que está a viver esta realidade, então eu sentir-me-ei ainda mais abençoada (e olhem que estando gravida de gémeos o nível está bem elevado). Preparados para me acompanharem nesta viagem?

Brevemente #memórias de uma mãe em construção


05/01/2017

SERÁ QUE VOS CONTÁMOS TUDO?

Ontem foi um dia tremendamente abençoado pois fomos acarinhados por todos de uma forma que nos surpreendeu! Sempre senti que há pessoas que me acompanham diariamente que são verdadeiramente reais nos seus sentimentos e no afeto com que me vão brindando, mas ontem foi tudo em mais e mais. Tanto eu como o João ficámos de coração cheio e queremos agradecer a TODOS todas as palavras de carinho e queremos retribuir em dobro.

Mas vamos ao que interessa, será que ontem desvendámos tudo o que se passa na nossa vida? A verdade é que não! Alguém lá em cima (e a ciência também no nosso caso) achou que estava na hora de nos retribuir em dobro o que tanto pedimos e por isso....


Maravilhoso não é? Pois... tem dias!! É que esta noticia tem tanto de maravilhosa como de assustadora. Mas é claro que estamos a transbordar de alegria e a partir de agora a democracia será uma realidade na casa dos Ferreira pois não haverá aquela coisa de "hoje é a tua vez" , nãooooooooooo, todos os dias vão ser "a nossa vez" pois com dois pequeninos a coisa vai ser, no mínimo, desafiante.

Preparados para nos ajudar?

04/01/2017

O MELHOR DE 2016 E O MAIS MEMORAVEL DE 2017

Finalmente podemos partilhar com todas as pessoas que fazem parte da nossa o melhor que 2016 nos trouxe e o mais memorável que 2017 nos trará...


Finalmente podemos gritar CONSEGUIMOS e somos tão abençoados!


design

design by: We Blog You