29/07/2020

UMA FOTOGRAFIA BONITA DE UMA PESSOA QUE NÃO SENTE BONITA




Este é um texto sobre uma fotografa bonita de uma pessoa que não se sente bonita. Reparem que não escrevi “que se vê bonita”, mas sim “se sente bonita”. São coisas diferentes. Muito diferentes. Eu olho e vejo para lá do peso a mais, eu vejo para lá da roupa que se molda ao corpo ao sabor do vento, vejo para lá daquele horizonte, eu vejo e… não gosto. 

Sei que muitos dos que vão ler estas palavras não as vão entender, vão ver outra coisa, se calhar até vão gostar, colocar like e até comentar. Se calhar eu vou sorrir, ficar feliz e sentir-me grata pelo vosso carinho, mas… não mudará o que eu vejo e, pior, o que eu sinto neste momento. 

Este texto não é sobre perder 10 ou 20 quilos (na verdade não haverá um número milagroso). Este texto não é sobre a #lev, a #depuralina ou a #yesdiet ou outra dieta qualquer. Este texto não é sobre publicidade nem quilos patrocinados. Este texto é sobre verdade! A minha verdade. A verdade de uma mulher que depois dos 40 anos fez uma miomectomia, fez tratamentos de fertilidade, que engravidou de gémeos, que viveu uma gravidez de alto risco, que tem um historial depressivo. Este é um texto sobre uma mulher que se perdeu algures neste longo processo. Uma mulher que deixou que os dias a engolissem. 

Este é um texto sobre uma fotografia bonita que o meu marido me tirou, mas onde eu, só, consigo encontrar uma mulher imperfeita. Entenda-se por imperfeita não como alguém que tem o peso errado para a altura que as tabelas impõem mas imperfeita porque se deixou cair, porque se negligenciou, porque não se ouviu. 

Este é um texto sobre uma mulher em reconstrução. 

E esta é a minha verdade. 

Isto é o que realmente sinto neste momento, que sou uma mulher que está a reunir as peças que foi deixando cair aqui e ali para lhes dar uma nova forma. E este é caminho que me levará, um dia, a escrever “este é um texto sobre uma fotografia bonita de uma pessoa que sente ainda mais bonita”

11/07/2020

O PODER QUE DAMOS AOS OUTROS PARA NOS MAGOAREM



O COVID veio tramar todos os planos que tínhamos verdade? Baralhou-nos tanto a vida que parece que entrámos numa maratona de obstáculos quando nem preparados estávamos para correr 100 metros. 

Entrámos em modo sobrevivência. Pois bem, parece que esta porcaria veio para ficar e temos mesmo de viver com ela, logo chega de adiar. Tinha decidido que 2020 era o meu ano. O ano em que tomaria conta de mim de forma a ser e a estar melhor para os meus.

A cabeça decidiu, o coração ainda não muito convencido deixou-se ir e o corpo conformou-se.

No dia 2 de Junho coloquei-me no topo das prioridades (os filhos não contam porque esses estão acima de qualquer lista) e passei a cuidar da minha alimentação. Mais tarde juntei umas corrinhadas (caminhadas com pequenos apontamentos de corrida para não estragar joelhos/pés/coluna) e por último arrumei o coração/emoções. O tempo que dedico às corrinhadas faz-me pensar sobre mim e as pessoas e sobre as pessoas e eu. Na verdade, é mais fácil deixar de comer arroz/massa/açúcar do que lidar (verdadeiramente) com as nossas emoções. E é aqui que entra o título deste texto: “O poder que damos aos outros para nos magoarem”.

Tenho duas clientes/amigas, muito ligadas ao espiritual, daquelas que pertencem já à minha/nossa rede de afectos, que me disseram várias vezes que estava rodeada de más energias, que tinha uma vida altamente invejável… eu dos muitos defeitos que tenho inveja não consta na lista. Não consta mesmo e talvez por isso tenha tido tanta dificuldade em entender o que elas me queriam dizer. Mas o que se faz com a inveja, más energias que nos chegam através de algumas pessoas?? Não as podemos mudar se elas não estiverem receptivas a isso. Isto é uma verdade inegável, mas também é verdade que somos nós que lhe damos o poder de nos atingirem. Como? Quando permitimos que os seus comportamentos ou ausência deles nos afectem. O João diz-me uma coisa há muito tempo que só agora entendi “Não esperes dos outros aquilo que tu estás disponível a fazer por eles” e é isto. É sobretudo isto. Porque razão eu me devo deixar afectar por alguém que nada tem que eu ambicione ou admire? Façam o seguinte exercício, perguntem-se “Esta pessoa profissionalmente é admirável? Tem alguma coisa que eu queira aprender? Tem alguma coisa que a faça destacar e com a qual eu me identifique ao ponto de querer isso na minha vida? Não?? Então porque lhe damos o poder de nos magoar? Pois… é óbvia a resposta, não é? Eu demorei muito tempo a chegar a este ponto… mas cheguei! E chegada aqui vou lutar para não regredir e assim retirei este poder a um bando de gente. Se quiserem um truque sempre que estiverem em frente a este tipo de pessoas e acharem que estão perto de ceder pensem nessa pessoa numa situação embaraçosa: a pessoa na sanita, a pessoa a dizer "supercalifragilisticexpialidocious", a pessoa a resolver um exame de geometria descritiva, meia hora num país estrangeiro sem falar a língua natal, com um olho na testa, sei la… qualquer coisa que vos faça sorrir e não vos faça vacilar.

É aqui que me encontro neste momento. Sinto que estou num processo de transformação gigante, por dentro e por fora, e que certamente me fará ser melhor mãe, amante, filha, amiga e profissional.

Adicionei a tudo isto um livro de gratidão. Há uns tempos uma tia de quem muito gosto deu-me um livro lindíssimo para eu escrever os meus pensamentos. Guardei-o. No outro dia olhei para ele e pensei “És perfeito e serás o meu livro da gratidão”, sendo um objecto que me foi dado com amor e escolhido com tanto carinho para mim, porque é mesmo a minha cara, é perfeito para esta finalidade. Lá escreverei diariamente algo pelo qual me sinto grata e assim obrigo-me a focar no que é bom, no que me faz bem e no que é positivo e não dar palco ao resto.

O poder está em nós. E é a nós que cabe usá-lo da forma mais correta. Pode demorar, mas não à pressa para se ser (mais) feliz, pois não?


08/07/2020

FIOS #190





O elefante é símbolo da boa sorte.

Simboliza também sabedoria, persistência, determinação, solidariedade, sociabilidade, amizade, companheirismo, memoria, longevidade e poder

E por tudo isto hoje presto-lhes homenagem através dos Fios ELEPHANT.

Fios superleves com missangas de madeira pintadas de preto com verniz incolor, detalhes em aço dourado e prateado e pendente em forma de elefante em acrílico (55mm x 60mm)

Fio com 50 cms de comprimento.
Envie as suas questões/pedidos de alterações para fioapaviobazar@gmail.com ou mensagem privada via FACEBOOK ou INSTAGRAM


Ousam?





05/07/2020

30 ANOS DE SAUDADE



Não!!!! 

Não, o tempo não atenua a saudade! O tempo soma mais e mais saudade.

O tempo leva-nos o cheiro, leva-nos o toque, leva-nos o detalhe. Mas não, não nos leva a saudade.

Há 30 anos percebi pela primeira vez o que era sofrer uma perda... uma perda insubstituível como são todas as perdas das pessoas que amamos.

Foi nesse dia que a palavra ganhou um novo significado para mim e continua a doer da mesma forma. As lágrimas não secaram. A dor não diminuiu. 

Tenho tantas saudades tio! 

02/07/2020

DIÁRIO DE UMA FUTURA EX-GORDA - RUMO AO MEU NOVO EU #25



Um mês! Passou um mês desde que se fez o clic na minha vida. 

Foi um mês estranhamento leve. Não me custou assim tanto abdicar de todas as gordices que me fazem feliz (sim porque a pessoa ainda não vive a suspirar por brócolos, mas se me falarem num geladinho do Santini o som deve chegar à Trafaria). 

Alguma ansiedade associada à balança que tenho de controlar futuramente, mas também acho que é normal pois embora eu saiba que os números não são a única coisa que importa, é a eles que uma pessoa vai buscar o estímulo (ou não). 

Acredito que isto tem corrido mesmo bem porque tenho a certeza de que não estou a abdicar de nada para sempre. Eu vou voltar a comer de tudo, mas… e aqui há um grande, MAS agora na proporção invertida. O normal é não comer arroz, o normal é não comer massas, o normal é não comer bolachas, o normal é não comer doces…, mas há lugar à excepção. Não há dias de asneiras obrigatórios, há datas importantes que devem ser celebradas. 

Hoje celebrei com duas torradas e uma belíssima caneca de café (Nespresso what else?) sem qualquer remorso. Com a mesma naturalidade que bebo um smoothie de fruta e legumes peguei na minha caneca. 

Este mês tenho como missão juntar algum exercício físico. Regressar às minhas corrinhadas (corrida e andar depressa), queria ver se conseguia ir 3 vezes por semana… vamos ver! 

Perdi 7 quilos sólidos (já ali a roçar os 8) e sinto-me capaz de mudar o mundo. Sinto mesmo. Tenho arrumado gavetas da minha cabeça muito mal-arrumadas, levantado todos os tapetes e aspirado tudo o que coloquei lá para não me chatear. Mandei fora muitos sentimentos que me estavam a fazer mal, a contaminar, a atirar para o fundo. O senhor meu marido aqui deve receber todos os créditos pois repete esta frase vezes sem conta “sara não esperes que os outros façam por ti o que tu estás disposta a fazer por eles”, “tu não vais mudar as pessoas” … pois! Eu não posso mudar as pessoas, mas estava a permitir que as pessoas me mudassem … ao ponto de eu não me reconhecer. E ACABOU. Acabei de lhes retirar esse poder. 

Estou aos poucos a voltar a mim. A ter orgulho nas minhas decisões internas. 

Vamos lá Julho que tu és o mês que me deu vida. O mês que deu vida à minha FIOAPAVIO. És um mês de festa!

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