29/12/2018

Quem és tu Sara de Sousa Ferreira?




O ano de 2018 vai terminar e eu continuo sem resposta para esta pergunta.

A verdade é que daí a mexer em tudo o que ela envolva exige mudança, introspeção, recolhimento, tempo, …. É mais confortável continuar a esconder-me na imagem de mãe de dois, que anda sempre a correr de um lado para o outro (o que não deixa de ser real mas não explicará tudo).

365 dias não me bastaram para responder a isto: Quem sou eu? Que pessoa é esta que habita o meu corpo?

Olho para trás e pergunto-me onde ficou a mulher? Vejo a mãe, a aparentemente profissional, a menos presente amiga mas e a mulher?

Perdi-a! Perdi-me!

Procuro-a e não a vejo em lado nenhum. Pouco me recordo dela, talvez por não a procurar no espelho há demasiado tempo. A roupa ficou no armário, as joias/acessórios não saíram das caixas, os saltos altos já nem conhecem a forma dos meus pés, a maquilhagem perdeu a validade (com exceção do rímel e da base). Os dias repetiram-se uns atrás dos outros, vezes sem conta: 3 fios que os meus homens me deram, os brincos que os meus homens me deram, a roupa que me permite brincar à vontade com os meus homens pequeninos e é isto… eles, por eles, sempre! Repetidamente. O pior de tudo é que a culpa de tudo isto não é deles. Não é mesmo. É exclusivamente minha e tao somente minha. Solitariamente minha.

A vida deu-me o privilegio de receber dois seres de luz na minha/nossa vida, devolveu-me um homem que eu afastei mais vezes do que ele merecia, deu-me saúde, manteve ao meu/nosso lado um pai e uma mãe maravilhosos que alteraram toda a sua vida em detrimento das nossas necessidades ( a minha mãe passou a morar connosco de terça à quinta e o meu pai passou a ficar sozinho nesse período, conseguem imaginar?) mas o que fiz eu para agradecer à vida o tanto que me ela me deu? Aprendi o significado da palavra GRATIDÃO em todo o seu esplendor e dimensão é certo, mas e eu sara o que te dei minha vida? Subtraí, passei o ano todo a subtrair-me, a anular-me, a evitar escutar os gritos interiores, a diminuir-me (não sei se aos olhos dos outros pois na verdade nem sei bem que sara chega a esse lado). Fará tudo isto parte do processo? Serão isto dores de crescimento interior que se irá refletir no exterior? Será que devo ficar satisfeita e simplesmente aceitar? Aceitar-me? Será que não estou a ser arrogante ao achar que mereço, que preciso de mais? Será que isto não é (mais) um capricho de filha única?

Não sei!

Não sei quem sou e o ano está a chegar ao fim.

Sei que a grande missão para o ano que está a chegar é mesmo este. Encontrar-me, reconhecer-me e seguir caminho levando comigo o tanto que já recebi.Reencontrar-me. Voltar a olhar-me nos olhos sem medo do que o espelho irá refletir. Olhar-me de frente, esboçar um sorriso e dizer bem alto: “gosto de ti”.

E não!!! Eu não vou deixar para amanha. Eu não vou deixar que chegue o dia 1 de janeiro para operar esta mudança. NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!

O meu ano começa em 3, 2, 1… desejem-me sorte e por favor se me virem cair, me virem tropeçar… estendam-me a mão pois não há nada pior do que caminhar sozinha.

Um bom ano para todos os que tantas vezes me estendem a mão e que me seguem desse lado.

28/12/2018

"112 ?!?! DEIXEI CAIR O MEU FILHO!"


Não me recordo do dia. Não me recordo do mês. Nem mesmo me recordo do ano.
Recordo-me que eram pequeninos, que era um sábado de sol e que como era habito estávamos sozinhos os três. O João estava a dar aulas de skate no parque das gerações e para mim era mais uma manha normal partilhada com os meus amores pequeninos.
Estava sentada no sofá a abanar as babybjorn com os pés como sempre fazia, as duas de frente para mim e ao lado as duas cadeiras da papa. Pareceu-me sentir que um tinha a fralda suja. Arrisquei o Pedro. Desabotoei a babybjorn e agarrei-o com as duas mãos. 
Levanto-me e … o meu mundo parou ali.

Tropecei...

Senti-o fugir-me por entre os dedos...

A sua cabeça em direção ao chão, entre a babybjorn e a cadeira da papa …

(por mais anos que viva não sei como me segurei, como não me embrulhei toda no chão, como superei tudo) agarrei-o pelo pano do babygrow na zona do rabo…

Senti o seu peso a fazer mola. Vi o seu corpo pequenino balançar para cima e para baixo.

Puxei-o para mim e abracei-o como que para juntar todas as pecinhas que se pudessem ter soltado. Ele chorou. Eu chorei. Chorámos os dois de forma descompensada. Eu porque a minha vida estava em suspenso naqueles momentos, Ele possivelmente assustado com tudo.

O Francisco silencioso.

Gelei de medo. Gelei de pânico. Uma parte de mim tinha caído (????) será que tinha? Será que tinha batido realmente? será que o segurei a tempo?

Fiz o que não se deve fazer (aprendam por favor) liguei ao João (na duvida seria para o 112 e logo pois todos os segundos contam)… ele disse que vinha já a caminho para eu ter calma mas eu acho que nem ouvi.

Desliguei e as duvidas não me deixavam respirar. Fiz a chamada que nunca pensei fazer na minha vida : "112 ?!?! DEIXEI CAIR O MEU FILHO!". Tentei que as lagrimas me deixassem responder a tudo de forma percetível. Em 15 minutos tinha uma ambulância à porta e dois bombeiros na nossa sala. O Pedro já não chorava (já eu não fazia outra coisa e a sua imagem a cair de cabeça a rodopiar à frente dos meus olhos). Examinaram-no e rapidamente concluíram que ele não tinha nada, que dificilmente teria batido em algum lado pois não tinha nem uma mancha, um arranhão nada de nada. 

O João chegou. Decidimos que dava leitinho aos dois e iriamos ao hospital de cascais para termos mesmo a certeza de que ele estava bem. O pedro bebeu o leite, o Francisco bebeu o leite e lá fomos nós na ambulância. Mãe aflita e filho saciado. O João ficou com o Francisco e ia la ter mais tarde.

Na ambulância agarrada a metade de mim a rezar, sem o deixar dormir, a imagem dele a cair de cabeça não parava de rodar na minha cabeça.

Entramos rapidamente e fomos imediatamente vistos por uma medica… nada. O Pedro aparentemente não tinha nada. Íamos deixa-lo dormir ao meu colo e esperar que ele acordasse para ver a reação dele.

O joao e o Francisco (mínimo) na sala de espera,

Eu sentada num cadeirão, com metade do meu coração no colo. De rompante entre uma mae com uma pequenina muito loirinha a vomitar sangue, médicos e enfermeiras a correr, e eu num egoísmo profundo agradeci o meu filho estar bem. Rezei por ele e por aquele pequenino raio de sol que estava a sofrer.

Acordou. Bem disposto. Risonho. Abracei-o, aconcheguei-o, afaguei-o… quase o engoli.

"Tudo normal mãe, foi apenas um susto e de certeza que não o deixou bater em lado algum! Porem vigiem-no nas próximas 24 horas" . Não bateu??? mas eu deixei-o cair. EU!!!!

E se??? e se??? 

Mas e se…

O João obrigou-me a deitar fora todas as recordações desse dia e pediu-me para fazer de tudo para esquecer este episodio. Pediu-me para não escrever sobre isto pois sabia que me ia doer mais e mais.

Não consegui, (Desculpa amor mas não consigo curar o que não verbalizo/escrevo)

Não me recordo do dia. Não me recordo do mês. Nem mesmo me recordo do ano. Mas irei recordar para toda a vida o dia em que saído dos meus braços vi o meu filho Pedro mergulhar no vazio

27/12/2018

PLASTIFICAR O FUTURO NAO É BONITO


Há pouco tempo ouvi uma coisa que me fez gelar "num futuro não muito longínquo haverá mais plástico no mar do que peixes" (qualquer coisa deste género). O conteúdo desta frase mexeu mesmo comigo, eu que sempre fui uma poluidora silenciosa. Sim porque não sejam sonsos: nunca deitaram um "cotonetezinho", no meio da pressa para se despacharem, na sanita? Ou o penso rápido que usaram e que já está todo enrolado e envelhecido? Ou nunca deixaram voar sabe deus para onde aqueles plásticos que envolvem o pacote das pastilhas elásticas e que devido à eletricidade estática se cola aos dedos e nós depois de abanarmos as mãos vezes sem conta lá o deixamos voar sem sabermos onde vai parar? Pois… eu assumo nada orgulhosa de que nunca vesti esta camisola da ecologia até que finalmente percebi que não é uma moda é mesmo necessidade. Nós precisamos mesmo acordar para esta realidade urgentemente.
 
Conseguem imaginar estar na praia e à vossa frente em vez de peixes a saltar estarem garrafas de refrigerantes, ou sacos plásticos desta ou daquela cadeia de supermercados a boiar?? faz toda a diferença quando nos incluímos nesta profecia da desgraça. O drama é que esta profecia já é uma realidade.
 
Não, eu não me vou converter numa freak ecológica mas certamente uma das minhas resoluções de ano novo será ser uma pessoa mais atenta e desperta para esta realidade. As gerações futuras têm o mesmo direito que eu de usufruir de um mundo menos poluído e igualmente bonito tal como qualquer um de nós encontrou. É da nossa total responsabilidade recupera-lo e parar de plastificar o mundo e o futuro dos nossos pequeninos.

Mas por onde começar? o obvio será parar de deitar uma enormidade de coisas pela sanita abaixo porem a nossa capacidade poluidora vai muito para alem do obvio. Por exemplo, em conversa com um amigo ele perguntava-me quantas vezes mudava de escova de dentes por ano (não, nós cá em casa não trocamos com a regularidade que deveríamos mas pelo menos duas vezes sim, vezes dois e em breve vezes 4) e ele dizia-me que são cerca de  5 biliões de escovas de dentes de plástico por ano espalhadas pelo mundo e que cerca de 2 biliões eram lançadas ao mar. Como???? o número é astronómico e escandaloso. Mais uma vez apelo à vossa capacidade de visualização: imaginem-se na vossa praia preferida e umas quantas centenas de escovas de plástico a boiarem lado a lado… não é bonito e certamente não é desejável. Mudar hábitos instituídos nas nossas vidas há tantos anos não é fácil e é preciso ir calmamente mas firme.  Nesta procura tropeçámos numa marca que para mim funciona quase como uma comunidade muito mais desperta para esta realidade do que eu e que me faz focar neste objetivo que quero abraçar - thebamboobrushsocietypt Aqui encontram um grupo de pessoas otimistas, que compartilham valores e interesses semelhantes, e que se inspiram para
encontrar alternativas a produtos e materiais que prejudicam o nosso planeta sem grandes fanatismos!

Missão família Ferreira mais ecológica 2019: trocar as escovas de dentes. Será neste momento dos gestos mais fáceis de alterar, juntamente com o deixar de usar palhinhas ou pauzinhos plásticos para mexer o café, mas é preciso dar o primeiro passo. Nós escolhemos as The Bamboo Brush Society sabem porquê??? porque o cabo destas escovas é 100% biodegradável e feito de bamboo e quem se alimenta de bamboo? O Panda!!!!!! O Panda como devem imaginar é dos bichos mais desejados nesta família em que dois membros têm 18 meses e a perspetiva de usarmos algo que depois poderá ser alimento a um bichinho que tanto adoramos é algo que nos faz sorrir.

Contem-me tudo já tiveram o vosso momento de epifania sobre este tema ou são uns alienados como eu era até há uns dias atrás?

Nota- não pensem que é um post publicitário porque não é, tropeçámos nestas escovas porque como muitos que me seguem sabem nos movimentamos muito pelas loja de surf deste país e é aí que poderão encontrar esta marca (se bem que acredito que se procurarem em lojas de produtos naturais, farmácias e parafarmácias, ... poderão encontra-las). Se a nossa realidade fosse outra possivelmente a história também seria diferente.

12/12/2018

OBRIGADINHA SIM !?!?!? #13

Vamos la desdramatizar que a vida já é demasiado complicada.

SEUS SONSOS!!!! Todos!! Sim meus queridos amigos que me estão a ler, SONSOS!!! Então abrir a porta do frigorifico pode salvar uma criatura pequenina de um ataque de tosse e NINGUEM partilha esta informação???

Serviço publico era gritar isto aos sete ventos, era tatuar isto na pele para todos verem!!

SONSOSSSSSSSSSS!!!!

Nota - Susana foste a única me falou deste milagre, nas urgências do hospital é certo, mas ainda assim minutos antes da medica mo ter dito. Tu és menos sonsa que todos os outros ah ah ah 

06/12/2018

TENDÊNCIAS SS19 #4


É a cor do ano de 2019 e só por causa disso já estou mais tolerante ao inverno… AMO esta cor e acho que vai ser um ano imensamente feliz cromaticamente falando

E vocês gostam ou nem por isso?





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