28/02/2017

OS FERREIRA FORAM AO CINEMA #10




Vou ser absolutamente honesta no que vos vou escrever AMEI ESTE FILME. Um filme baseado em factos reais, em mulheres que tudo tinham para serem amargas com a vida, em seres humanos que  sentiram na pele o pior dos racismos e que ainda assim lutaram pelos seus sonhos. Um filme com uma mensagem que tem tanto de dura como de enternecedora. Que nos faz sentir gratos por vivermos numa realidade um nadinha diferente (não sejamos hipócritas e o racismo ainda é uma realidade) e que no final nos oferece imagens maravilhosas realistas de como estas mulheres se encontram nos dias de hoje.

O filme retrata o início da década de 1960. Os EUA e a União Soviética encontram-se em plena Guerra Fria. A disputa pela corrida espacial entre as duas potências é uma evidência e nenhum dos países está disposto a perder a oportunidade de colocar o primeiro homem no espaço. Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson são três mulheres afro-americanas cujos cérebros brilhantes lhes valeram cargos na NASA, apesar da segregação racial e sexual ser ainda uma realidade. Numa época em que os computadores eram ainda muito rudimentares, foram as suas extraordinárias capacidades de cálculo matemático que definiram as complexas trajectórias que tornaram possível colocar na órbita da Terra o astronauta John Glenn, no dia 20 de Fevereiro de 1962. Tornou-se assim o primeiro norte-americano a fazê-lo.

Que a nossa memoria nunca esqueça pessoas especiais como estas. Pessoas de carne e osso que materializam o sonho, mesmo que isso implique superar limitações, barreiras e preconceitos.

Este RECOMENDO assim sem hesitar!


27/02/2017

ANÉIS #8

Os anéis/aliança  FIGURES&WORDS - em aço inox, com figuras recortadas e com 14mm de altura e várias gravações são mais uma novidade da nova coleção

Existem 3 opções: símbolo do infinito + gravação de nomes, trevo de 4 folhas + gravação de nomes e datas e 3 alianças de dois tons em que apenas a prateada é gravada com nome (dourado e prateado).

Ousam?

26/02/2017

MEMÓRIAS DE UMA MÃE EM CONSTRUÇÃO #10





7 de Agosto

Os meus dias passaram a ser geridos por uma ansiedade constante e uma pergunta que martelava incessantemente no meu cérebro “seria eu capaz de voltar a picar-me?”. A segunda injeção foi dada da mesma forma da primeira… sem hesitações e com muita determinação. Enquanto o líquido se espalhava no meu vente as orações foram uma constante. Seria expectável que usasse a oração para pedir que tudo corresse bem mas a verdade é que a única coisa que pedia se baseava a isto: “mãe de todas as mães ajuda-me a aceitar o que estiver reservado para mim… seja o que for. Ajuda-me a não ser uma pessoa amargurada e azeda.

Terceiro dia de injeções e aquele em que era preciso ligar para a AVA para marcar a nossa primeira ecografia… ficou para o dia seguinte.

A maldita ansiedade era completamente avassaladora e dominadora… chorei muito sozinha (para não preocupar os meus). Foi a melhor forma que o meu corpo encontrou de se aliviar da tensão existente (aliás sempre fui uma pessoa de lagrima muito fácil, o facto de ser filha única fez com que encontrasse estas formas de aliviar os pensamentos).

Ter um verdadeiro companheiro ao meu lado era o elemento crucial nesta cruzada. O João sempre, aparentemente calmo, sustinha-me todos os medos e receios. E eu dava comigo a pensar que a vida podia levar-me a esperança e o sonho mas que não me levasse a pessoa que sempre esteve ali… ao meu lado muitas vezes sem entender os meus silêncios ou lagrimas e que “simplesmente” me agarrava e afagava todos os sentimentos descontrolados e primários que me corriam no corpo.

Estávamos em Agosto, 19 de agosto, e o trânsito em lisboa não podia estar melhor (ou a ausência dele) e a distância entre a Parede e a Avenida Augusto Aguiar parecia ter diminuído… em três tempos estávamos sentados na sala de espera. A espera. Sempre a espera. Ao nosso lado outros casais, os mesmos rostos cheios de dúvidas e esperança. Olhamo-nos de lado, timidamente, procurando uma normalidade e identificação que nos escapa nos rostos que existem no nosso dia-a-dia. Chegara a nossa hora, a primeira ecografia (de muitas desejávamos nós).

Deitada na maca as noticias não eram as melhores… o meu corpo não tinha reagido bem à medicação. Na verdade mal havia uma reação. O Dr. Paulo Vasco sempre com as suas palavras sábias e equilibradas lá explicou que por vezes o corpo demora mais a reagir à medicação (mas eu sabia que já estava a usar doses altas e que isso não era o bom sinal) e que tínhamos de dar mais um empurrão para o acordar. Às injeções de Gonal-P iriamos acrescentar o Dufine e depois… esperar. "Verbozinho" irritante este mas o único que na verdade geria os nossos dias.

O facto de termos horários rígidos para fazer a medicação condicionava a nossa vida social mas ainda assim tentávamos aparentar alguma normalidade. Fazíamos o que tínhamos a fazer até às 19 e às 20 voltávamos às injeções, numa versão de gata borralheira que se transforma em abobora e que tinha de fugir rapidamente.

Não eram muitas as pessoas que sabiam desta nova rotina para além dos nossos pais. Mas existiram 3 pessoas que foram absolutamente determinantes. Três amigais que de forma tao diferente se transformaram no meu suporte incondicional: uma porque vivera todo este percurso e entendia cada momento que estávamos a passar, que identificava cada medo, cada esperança, cada receio, com verdade e sem os condicionalismos que as pessoas que nos amam têm (há anos atrás jamais imaginaria que seria ela a estar ao nosso lado neste momento mas estou imensamente grata por tudo o que conquistámos neste processo e o quanto isso foi transformador para a nossa amizade e tao… bonito); outra que sendo mãe de seis (na altura de cinco e gravida da sexta) me mostrava o quanto o amor maternal pode ser curativo, que a fé e a esperança pode ser tao curativa como tudo o que a medicina nos proporcionava; e a terceira, e não menos importante, que dava os melhores abraços de todos, abracinhos curativos, que não precisavam de palavras e que uniam tudo o que ameaçava ruir a qualquer momento. O amor que sinto por elas não cabe aqui… não cabe no meu corpo e muito menos nas palavras que escrevo pois tudo isto seria imensamente insuportável se não fosse partilhado com pessoas que conhecem o corpo feminino. As transformações que sentimos quando somos sujeitas a tratamentos desta espécie não é algo que consigamos explicar facilmente a um homem (por muito que ele nos ame e queira entender). Elas foram e são a minha medicina alternativa. Umas companheiras de vida e para a vida… já cá andamos a partilhar histórias há mais de 20 anos e não me parece que vá terminar tao depressa (e graças a deus).

O amor, a amizade e a medicina eram a minha trilogia de sobrevivência.

(Continua)

24/02/2017

PASSATEMPO "DIA DO PAI" #9

★★ ★ Passatempo DIA DO PAI ★★ ★

Agora que a FIOAPAVIO está imbuída do espirito maternal vamos lá fazer um passatempo dedicado aos homens das nossas vidas. Comemoremos o DIA DO PAI como ele merece!

Se quiser ficar habilitado/a a ganhar um porta-chaves para o pai ou avô apenas terá de seguir os seguintes passos:

1. Fazer like na página de facebook da FIO A PAVIO https://www.facebook.com/fioapavio

2. Deixar o seu comentário nesta fotografia "Eu quero mimar o pai/avô“ + o nome de três amigas


3. Partilhar a foto do passatempo (partilha pública).


4. Pode participar várias vezes desde que coloque nomes de amigas diferentes sempre que participar.


5. Terá de partilhar esta fotografia no seu mural sempre que participar.


6. O passatempo é válido de 24 de Fevereiro a 3 de Março.


7. O vencedor será escolhido por random.org e anunciado nos dias 4/5 de Março

ATENÇÃO – qualquer uma das regras que não seja respeitada será razão para anulação da participação. Leia com atenção e participe! BOA SORTE!

23/02/2017

COMO AGRADECER A QUEM CUIDA DOS NOSSOS FILHOS #10

Eles são sem sombra de duvida seres únicos que lidam diariamente com as pessoas mais especiais do mundo... as nossas crianças! Por tudo isto merecem todo o reconhecimento que lhes possamos dar e assim nasceram várias peças com esse fim.

Hoje apresento-vos mais um modelo de Porta-chaves MADE FOR YOU EDUCADORES CASA : de corrente e argola em aço inox, material que não oxida e medalha em forma de casa (3,5x4cms), de alumínio (leve e que também não oxida nem deforma) com frase personalizada para menino ou menina, meninos ou meninas

Ousam?




22/02/2017

OS FERREIRA TÊM O PRAZER DE ANUNCIAR...

Antes que a maioria das pessoas que tão carinhosamente nos tem acompanhado, e acompanha, nesta recente aventura da maternidade/paternidade tenha uma taquicardia e sem mais demora... a família Sousa Ferreira tem o prazer de anunciar que os nossos bebés são (rufar de tambores)...

... e se eu vos dissesse que o pai não me deixa contar? Ah pois é que isto de colocar filhos ao mundo não depende apenas de mim, há todo um longo período de negociação entre futuro pai e futura mãe sobre a exposição das crianças. Posto isto e mudando de assunto (ja me estão a rogar pragas ou ainda não?) vou-vos mostrar o desenho mais bonito de todos que estou a pintar (sabem que gosto muito de pintar não sabem?)... é um desenho que ainda irá demorar a ficar pronto mas tenho a garantia de que será sem duvida o desenho mais bonito de toda a minha/nossa vida!

Gostam?




21/02/2017

PORTA-CHAVES #7

Aproxima-se mais um dia do pai e como eu trabalho com o material mais nobre de todos, os afetos e os sentimentos que nutrimos por esse ser tão especial, aqui ficam mais duas sugestões de Porta-chaves MADE FOR YOU em aço inox.
Nem sempre é fácil encontrar um presente para um homem, ainda para mais quando esse homem é SÓ o primeiro homem da nossa vida. Nada pressionadas não é? A verdade é que existe uma peça que por muito desligado que ele seja destes assuntos de moda ele usará sempre: porta-chaves. Assim nasceram estas duas propostas compostas por medalhas de 35mm de diâmetro em aço inox escovado, com corrente e argola no mesmo material mas com uma gravação dedicada ao Pai ou ao Avô.

Ousam?

Nota - os textos poderão ser alterados, para mais informações enviar mensagem para fioapaviobazar@gmail.com



20/02/2017

QUEM ARRISCA NUM PROGNÓSTICO?

Possivelmente amanha por esta hora já saberemos que espécie de habitantes andam a fazer mudanças no meu útero. Os amigos andam mais ansiosos do que a mãe... mas o pai anda a aguentar-se bem e esconde a ansiedade.

Alguém arrisca num prognóstico? Meninos? Meninas? Ou um de cada?

11/02/2017

MEMÓRIAS DE UMA MÃE EM CONSTRUÇÃO #9

Algures entre 4 e 8 de Agosto


Medo. Era este o estado de espirito que me corria pelo corpo. Medo de não conseguir. Medo de falhar. Medo. Sei lá eu, apenas medo. Mas a vida não se compadece com medos e era preciso vestir a capa de super heroína de alguidar e encher a boca para que todos conseguissem ouvir : "Vai correr bem. Tem de correr bem. Vamos conseguir".
A vida lá fora mantinha-se a mesma. As praias da linha continuavam apinhadas de gente. O meu malhão já me deixava saudades. A minha FIOAPAVIO tinha de continuar a ser a marca despretensiosa que sempre foi. As mensagens tinham de ser respondidas e as peças criadas. O medo ficava nas minhas orações e nos pensamentos que habitavam cada célula do meu corpo. No fundo inspirava medo e expirava confiança. Até quando?

8 de Agosto foi o dia em que as injeções que tínhamos encomendado, chegaram. Abri a caixa, sozinha, não porque o João não queria estar presente, mas porque eu precisava de me confrontar com os medos. Olhei para aquele objeto de ar inocente com o qual já me havia cruzado na clinica. Nada de novo. Falso. Era tudo novo pois agora estava sozinha com os meus traumas e um objeto do qual sempre fugi.
Recorri àquela que é a ferramenta de busca do século XXI – o Google e os seus maravilhosos tutoriais. Quase que deu vontade de rir: eu, Sara, a ver filmes de pessoas a injetarem-se. Vi e revi. Simples. Tão simples quanto assustador.
Agora só me restava esperar pelo primeiro dia da menstruação para colocar à prova os meus parcos conhecimentos e, não menos importante, a minha coragem.



16 de Agosto


O que dia mais desejado por nós finalmente tinha chegado. Todos os medos acumulados, todas as questões que me fui colocando naqueles dias culminavam naquele momento… seria eu capaz de dar injeções a mim própria?
Uma grande amiga, daquele trio que esteve sempre presente mesmo quando eu as afastava com os meus silêncios (em breve falarei deste núcleo duro que esteve sempre lá) dizia-me “visualiza, visualiza tudo, a dares as injeções, gravida, a passeares junto ao mar com o teu bebe (na altura ninguém pensava em gémeos)”. E foram sempre estas imagens que me acompanharam desde o primeiro momento. Isso e a fé, as orações que repeti vezes sem conta até adormecer...
Combinámos desde logo que escolheríamos uma hora que permitisse ao João acompanhar-me neste processo, pois podia sentir-me mal… era o mais expectável dado o meu histórico. Retirei a caneta do frigorífico 15 minutos antes da hora, para que ficasse à temperatura ambiente, voltei a ver o esquema que a acompanha. Preparei o algodão com o álcool para limpar a zona onde me iria injetar… o João perguntou-me se queria que ele estivesse ao pé de mim. Preferi que não e fui para o quarto, para depois da injeção deitar-me e repousar um pouco como é indicado. Combinámos então que mal eu tivesse dado a injeção o chamaria. Cheguei ao quarto e sentei-me pertinho da mesa-de-cabeceira onde coloquei todos os meus novos companheiros de missão. E neste momento entrei em nodo automático… mal dei por mim já tinha a caneta na mão a penetrar-me a pele, indolor… fechei os olhos contei até 10 para que tivesse a certeza de que todo o líquido tinha penetrado o meu corpo. Retirei a caneta pressionei de novo com o algodão e deitei-me. Chamei o João, que veio de imediato e me deu um beijinho na barriga mesmo no local onde eu acabara de espetar. Este passou a ser o nosso ritual… creio que de todas as injeções que dei apenas uma ou duas não contaram com este ritual de amor que criámos, por impossibilidades profissionais. Era o equilíbrio perfeito entra a ciência e o afeto.
Já estava. A primeira de muitas que se seguiriam. A primeira conquista. O primeiro sinal de que os sonhos verdadeiramente grandes transcendem qualquer trauma que se tenha.


Believe! Acreditar, sempre!





10/02/2017

PECADOS (QUASE) MORTAIS DE UMA GRÁVIDA #3

Um dia destes recebi uma notificação da Segurança Social onde me era oferecido um presentinho "envenenado"... pois que os senhores decidiram que eu estaria demitida da obrigação de pagar segurança social. Uns fofinhos devem estar a pensar vocês não é? Pois que não!!! Na verdade ao aceitar este presente do nosso estado social (ainda é não é? por vezes tenho duvidas) a minha carreira contributiva ficaria interrompida e deixaria de estar a contribuir para uma possível e muito hipotética reforma. Posto isto foi-me dito que teria de elaborar uma carta em que declinava esta dispensa, mostrando as minhas intenções de continuar a contribuir.

Dirigi-me à loja do cidadão de Cascais, e como é habitual lá está o segurança armado ao pingarelho logo pronto para ajudar (ou não):

Segurança - Qual é assunto?
Eu - Segurança social mas.... mal tive tempo de terminar o mas pois o senhor já estava com a senha na mão para me dar, e la continuei mas a senhora da ultima vez disse-me que também podia entregar na senha D e...
Segurança - Ora aqui está
Mais uma vez não tive tempo de terminar a frase...
Eu - e... estou gravida será que não tenho direito a prioridade?
Segurança - Com a senha D (entrega de documentos com uma fila gigante pois a maioria refere-se a IRS e IRC) não há prioridades só nas restantes.

Ainda pensei que podia arranjar ali um 31 e pedir o livro de reclamações pois não faz sentido algum que exista uma discriminação num serviço mas... simplifiquei.

Eu - Sendo assim pode dar-me a senha da segurança social?

Desconfio que ele ainda está a pensar no porquê da minha escolha a avaliar pelo tempo que demorou a reagir. Sou só eu que acho isto estranho? As pessoas gravidas com documentos para entregar perdem os seus direitos (que foram ainda há pouco tempo foram reforçados e publicados em diário da republica) baseados em quê?

09/02/2017

PECADOS (QUASE) MORTAIS DE UMA GRÁVIDA #2



Terça feira. Finalmente consegui arrastar-me até ao centro de saúde para a consulta com a minha médica de família. Já era do seu conhecimento que tínhamos recorrido a uma clinica de fertilização privada e tínhamos ficado de lá voltar quando tivéssemos novidades.
Dirijo-me ao balcão: 

Eu - Bom dia tenho consulta com a Dra. Z. para as 12.30
Senhoracomardefreteporeuaestaraincomodar - Bom dia, é consulta de grávida não é?
Eu - Sim
Senhoracomardefreteporeuaestaraincomodar - E está de quantas semanas?
Eu - 16 semanas

Vejo os seus olhos a saltarem vermelhos de raiva:

Senhoracomardefreteporeuaestaraincomodar - E só agora é que vem aqui?
Eu - Sim porque estou a ser seguida no privado uma vez que fiz tratamentos de fertilização (aqui ainda pensei se deveria dizer à senhora que os tratamento no publico não abrangem mulheres da minha idade mas.... respirei fundo e limitei-me a sorrir)

silencio... os olhos continuavam vermelhos de ira e lá deixou escapar:

Senhoracomardefreteporeuaestaraincomodar - Então o que é que faz aqui?

Aqui juro-vos que me apeteceu responder "vim saber se o seu natal tinha sido bom, se tinha recebido muitos presentes, se não se tinha engasgado com uma das 12 passas,... entre outras coisas que se calhar deixo à vossa imaginação. Mas... fui muito mais sensata e apenas respondi:

Eu - Porque se precisar de uma baixa de gravidez de alto risco, que é o meu caso, será a Dra. Z a mais indicada para o fazer e porque pago os meus impostos e tenho direito ao plano nacional de vacinas ou já não?

E, finalmente, consegui que a Senhoracomardefreteporeuaestaraincomodar adocicasse o seu olhar e me privasse da sua maravilhosa inquisição: "aguarde na sala de espera por favor"


Lição a reter Sara Maria : Não voltarás a cair na tentação do pensamento caustico e corrosivo! 

08/02/2017

FIOS #93

Três novas sugestões de fio KEEP IT SIMPLE para pessoas que gostam de peças descomplicadas e fáceis de usar.

Fios de aço inox (com várias hipóteses de malhas) e três medalhas diferentes:

- andorinha de aço inox (25mm X 25mm)
- asa de aço inox (20mm X 10mm)
- medalha de 30mm de diâmetro em madrepérola com a frase "As melhores mães transformam-se em super avós como tu", com banho de resina para as letras não perderem a cor.

Ousam?





07/02/2017

MEMÓRIAS DE UMA MÃE EM CONSTRUÇÃO #8

4 de Agosto


Regressados de férias e novamente com os corações cheios de esperança. Há um ano atrás também tínhamos levado esperança a banhos mas regressaríamos de mãos a abanar porque sabíamos que o que nos esperava era uma operação. Agora a missão era outra: tratamentos de fertilidade. Era isto que tínhamos em mãos, era com isto que tínhamos de lidar. Sem medo das palavras e conscientes de que a verdadeira aventura estaria prestes a começar.
Entrámos na AVA e à nossa espera estavam os sorrisos de sempre. Tudo ali nos inspira serenidade. Cada pessoa que se cruza connosco sorri e isso provoca-nos uma sensação de calma e de boas-vindas. Era hoje que começaríamos a delinear o nosso primeiro tratamento de estimulação ovárica rumo à nossa primeira FIV (fertilização in Vitro). Chegara agora o momento que eu estava a adiar dentro de mim, deveria ser agora (pensava eu) que finalmente iriamos falar das tais injeções na barriga que já andavam a habitar o meu inconsciente. Confirmou-se. O tratamento nos primeiros dias seria feito com uma caneta/injeção na barriga (o Gonal F), depois juntavam-se uns comprimidos que eu já tomara antes (o Dufine), passados uns dias acrescentaríamos mais uma injeção (o Orgalutra) que o Dr. Paulo Vasco fez o enormíssimo favor de me omitir que seriam o verdadeiro teste e não me deixou sofrer por antecipação e para terminar esta equipa fantástica de estimulação ainda apareceria mais uma caneta/injecção (o Ovitrelle). Tudo isto dado sempre à mesma hora, uma qualquer a nosso gosto, mas em que fosse garantido algum repouso após a sua administração.
O João disse logo que não me conseguiria dar as injeções com medo de me magoar. O Dr. Vasco disse que acreditava que eu iria conseguir e com a ajuda da Oksana (a maravilhosa enfermeira que nos acompanhou quase sempre nesta aventura) tudo iria parecer mais fácil. Eu estava zero confiante. Eram anos de trauma associados a seringas, sangue, vacinas e sempre com o mesmo desfecho… os malditos suores frios, a sensação do sangue todo me fugir da cabeça e o escuro que os meus olhos acabavam quase sempre por ver terminando em desmaio.
Meu deus como é que eu conseguiria? Como? Sempre soube que não seria mais nem menos do que qualquer outra mulher nestas circunstâncias ou piores e que alguma solução encontraríamos, mesmo que isso significasse ir a um centro de saúde ou hospital todos os dias para me ajudarem a fazer o tratamento.
A esta distância consigo dizer que os afetos conseguem tudo… e naquele dia eu e o Dr. Vasco trocámos o aperto de mão que formalmente trocávamos anteriormente pelos beijinhos. Acho que foi a forma dele me dizer “miúda tu consegues”. Voltaríamos 4 dias após o primeiro dia da menstruação para ver a reação do corpo.
Descemos as escadas e à minha espera estava a Oksana, uma enfermeira de sotaque de leste, maior do que eu de cara fechada e que à primeira vista nos impunha (muito) respeito. “Não julgar o livro pela capa” ouvimos tantas vezes dizer e é verdade. A Oksana é uma profissional de mão cheia que nos confere toda a confiança que nos foge, toda ela é positividade e confiança e nem nos dá aso a hesitações. Mal dei conta tinha uma caneta/injeção numa mão e uma bola de esponja na outra e já estava a picar para sentir a pressão que as duas coisas juntas produzem. Sem tempo para pensar muito. Sem complicações. No momento seguinte já estava de camisa levantada e com uma caneta (vazia) apontada à barriga. Como?? Ai!!!! E agora? Ela espetou … ela espetou-me… e eu tive de olhar. Eu tinha de ver a posição da caneta, toda eu tremia por dentro pois já me estava a imaginar a desmaiar ali aos pés da Oksana. A verdade é que não aconteceu. Vi. E repliquei. Este era a minha primeira conquista… eu acabara de me espetar e não tinha acontecido… nada! Na verdade estas canetas têm uma agulha muito muito fininha o que faz com que mal se sinta a picada, apenas temos de garantir que o líquido que temos de deixar correr é a quantidade que nos foi prescrita e que esta entra na totalidade. Irei para sempre lembrar-me da cara da Oksana com ar triunfal “eu disse que era fácil” e eu só pensava “e agora fazer isto sozinha em casa?”. Mas não era tempo para complicar. Era tempo de agradecer termos dado mais este passinho.
Saímos dali de mãos dadas e a pensar que os próximos dias teriam de ser assim… cúmplices, fortes e com a certeza de que este era o caminho certo para nós. Era este o caminho que sempre nos estivera reservado e que a meta seria o nosso sonho.
Believe! Acreditar, sempre!

06/02/2017

COISAS QUE ME ENCANITAM #16


Telefone toca pela enésima vez, o mesmo numero que tenho ignorado há dias, mas hoje até estou em arrumações e decidi arrumar este assunto de vez:

Call center - Estou sim estou a falar com a D. Sara?
SSF - A própria!
Call center - como é nossa cliente de fatura há muito tempo temos uma OFERTA para si
SSF - Disse uma oferta correto?
Call center - Sim sim... tem direito a isto e a isto e mais isto e aquilo e mais o outro e mais ainda ... e blá blá blá por apenas X por mês que ficará já ativo na próxima faturação
SSF- O valor que me acabou de dizer é mais do que eu pago correto?
Call center - Sim...
SSF- Então o que a minha operadora me está a OFERECER é ter mais serviços por mais dinheiro por mês correto?
Call center - Bem na verdade....
SSF- Deixe lá não se mace... quando tiverem uma verdadeira OFERTA para me dar liguem-me caso contrario tudo o que acrescente um valor à minha mensalidade não é uma oferta real mas sim mais uma forma de me prenderem por mais dois anos e aumentarem a faturação. Obrigadíssima mas declino a vossa gentil oferta.

O que eu adoro o maravilhoso mundo das ofertas PAGAS... com o único objetivo de faturar mais e fidelizar o cliente por mais tempo.

04/02/2017

PECADOS (QUASE) MORTAIS DE UMA GRÁVIDA #1

Não voltarás a beber água assim que acordas sob pena de vomitares a peru do natal de 2014. Comer sempre umas bolachinhas (secas e desinteressantes) até que a papa que tens na boca se enrole, enrole, enrole até que não tenhas outra hipótese senão... engolir!

Aprendeste Sara Maria?

02/02/2017

PARA VOCÊS MEUS AMIGOS


Há quem os coloque espartilhados por adjetivos. Há quem prefira mantê-los distantes uns dos outros. Eu prefiro deixá-los soltos. Livres. Aprendi a não exigir (que difícil é esta lição), aprendi a libertá-los de qualquer tipo de obrigação, aceito-os como são (ou tento, vá). Por vezes custa não os sentir mais próximos, mais presentes, mas amar também significa deixar ir. E eu amo os meus amigos.

Os meus amigos são reais, mesmo quando se vestem de uma aparente virtualidade. Eu sinto-os, tocam-me mesmo quando estamos a quilómetros de distância. Eles existem de várias formas: os que antecipam a minha queda, os que me dão a mão e caem comigo e os que me deixando cair logo se apressam a estender-me a mão para me ajudar a levantar. Todos me fazem falta e de todos recebo lições de vida memoráveis e imprescindíveis. Os meus amigos são assim.

No último ano aprendi que por vezes temos de os deixar ir, que temos de aceitar que têm outro caminho para percorrer mesmo que este aparentemente os leve para longe de nós, mas que caso queiram e o desejem poderão sempre regressar. Não sei se serei a mesma mas serão sempre bem-vindos.

Não sei viver sem eles ainda que muitas vezes prefira fechar-me na minha cápsula aparentemente hermética. Não julguem que me esqueço de vocês. Nunca! Tenho saudades da mesma forma, choro quando penso no tanto que já me deram e que nunca ousei pedir-vos e no muito que a vida ainda nos reserva no futuro. Os meus amigos aceitam os meus silêncios (até aqueles que são insuportáveis para mim), mesmo que os questionem e procurem uma explicação para eles, vivem com os meus momentos de solidão e, mesmo assim não os entendendo, respeitam-nos.

Os meus amigos são realmente meus e tenho ciúmes deles. Sim! Admito-o. São meus e se me fosse possível viveriam todos bem por baixo da minha asa. Ficariam ali… acessíveis, protegidos de tudo e de todos. Mas a amizade é mais, muito mais! Implica ceder, respeitar, amar mesmo que à distância, implica concordar discordando, ouvir o que não estamos à espera mas que ainda assim precisamos.

Os meus amigos são dos meus maiores tesouros, aqueles que não tendo preço são sem dúvida os meus bens mais preciosos.

Há quem insista em encaixá-los numa qualquer definição escrita num dicionário. Eu acho-o redutor. Depois há ainda os que se mascaram de amigos (que isto da amizade não é assim tão linear como aparenta ser): amigo da onça, amigo de Peniche, amigo do alheio, amigo do peito,… aí temos de os olhar com sentido crítico e separar o trigo do joio.

Os amigos dão trabalho, requerem atenção, mas o que fazer sem eles? Como viver sem eles? Não sei! A verdade é que não sei mesmo. Nem quero!

Hoje no dia dos amigos eu apenas vos quero dizer: obrigada! Obrigada pela vossa amizade. Obrigada por ainda serem meus amigos. Obrigada por ainda sentirem vontade de serem meus amigos. Obrigada por serem uma parte fundamental de mim. Obrigada acima de tudo por não desistirem de mim. Sem vocês, meus amigos, seria tudo mais difícil, seria tudo mais penoso e tudo perderia uma parte do encanto.

Feliz dia dos AMIGOS!

01/02/2017

MEMÓRIAS DE UMA MÃE EM CONSTRUÇÃO #7


2 Abril 2016


Foi neste dia que começou o meu processo de cura. Foi naquele dia de Abril que se iniciara aquela que viria a ser uma das mais duras e gratificantes aventuras da minha vida. O que aquela peregrinação representou para mim jamais conseguirei expressar por palavras. Sei que a vida me juntou às pessoas certas e sem elas nada teria sido possível. Sei que tinha ao meu lado o melhor companheiro de vida que poderia escolher. E sei que cada passo que dei foi por gratidão, pois muito embora algumas coisas não tivessem corrido como desejaríamos, a verdade é que havia muito a agradecer. Foi uma peregrinação de fé em que o obrigada esteve sempre presente.

Não vos vou maçar com a descrição do que foram aqueles 3 dias pois já escrevi sobre eles ( basta clicarem sobre cada um dos dias 1 Dia , 2 Dia3 Dia) mas garanto-vos que se cravaram na minha pele e que por mais coisas que viva estes 3 dias jamais serão esquecidos.

Estava pronta. De pés em sangue e sem conseguir calçar o que quer que fosse mas de coração sanado e preparada para o que vida teria reservado para mim. Para nós.

Foi necessário deixar o tempo correr. Sempre o tempo. Tempo para que corpo recuperasse na totalidade da miomectomia. Tempo para a cabeça e o coração apaziguarem. Tempo para repetir exames e análises. Sempre o tempo.


19 Julho 2016

Finalmente chegou o dia de conhecer a AVA clinic e todos os profissionais que seriam tão importantes nesta nossa caminhada. Entrar ali era entrar num local estranho que nos metia algum receio mas ao mesmo tempo que nos suscitava esperança. Era ali naquele local que estávamos a depositar todas as nossas esperanças e sonhos de aumentarmos a nossa família.
Mostrámos os exames todos ao Dr. Paulo Vasco e mais uma vez ele reforçou a ideia de que nada apontava para que fosse impossível engravidarmos e que no fundo apenas precisaríamos de um folículo para que surgisse um ovulo, e um embrião, e uma gravidez e um bebe. E acreditem ou não é a frases como estas que nos agarramos para que tudo se torne menos penoso.
Ele explicou-nos mais ou menos em que consistia o tratamento, após a menstruação, teria de ministrar umas canetas de medicamento (Gonal) que fariam uma estimulação aos ovários, segundo um plano que ele nos daria. Neste momento eu tremia por dentro. Desde pequenina que tinha pânico de agulhas e sempre que ia levar uma vacina ou retirar sangue, toda eu era suores frios, chegando mesmo a desmaiar, como é que eu iria dar injeções na barriga a mim própria? Como? tentei rapidamente desviar dali o pensamento e não me focar nos problemas mas no discurso de esperança que tao sábiamente o Dr. Vasco nos acabara de dirigir.
Estes tratamentos exigem uma enorme disciplina pois a medicação tem de ser ministrada todos os dias à mesma hora e requerem algum repouso, alem de que se trata de medicação que não pode ser sujeita a oscilações de temperatura. Estes provocam ainda vários sintomas, nomeadamente inchaço dos ovários e algumas moinhas, pelo que não seriam compatíveis com os dias  de ferias que se aproximavam. Rapidamente o Dr. Paulo Vasco nos disse que não íamos adiar esses dias, que tínhamos de os gozar e olhar para eles como um incentivo ao que estaria à nossa espera quando regressássemos. Acatámos o seu sábio conselho e a próxima consulta seria marcada para o dia em que a menstruação surgisse, pós período de férias.

A nossa aventura numa clinica de fertilidade estava quase a começar. Agora sim sentíamos um frio na  barriga mas enquanto tivéssemos os braços um do outro tudo ficaria bem. Acreditar, sempre!

(continua)

design

design by: We Blog You