11/07/2020

O PODER QUE DAMOS AOS OUTROS PARA NOS MAGOAREM



O COVID veio tramar todos os planos que tínhamos verdade? Baralhou-nos tanto a vida que parece que entrámos numa maratona de obstáculos quando nem preparados estávamos para correr 100 metros. 

Entrámos em modo sobrevivência. Pois bem, parece que esta porcaria veio para ficar e temos mesmo de viver com ela, logo chega de adiar. Tinha decidido que 2020 era o meu ano. O ano em que tomaria conta de mim de forma a ser e a estar melhor para os meus.

A cabeça decidiu, o coração ainda não muito convencido deixou-se ir e o corpo conformou-se.

No dia 2 de Junho coloquei-me no topo das prioridades (os filhos não contam porque esses estão acima de qualquer lista) e passei a cuidar da minha alimentação. Mais tarde juntei umas corrinhadas (caminhadas com pequenos apontamentos de corrida para não estragar joelhos/pés/coluna) e por último arrumei o coração/emoções. O tempo que dedico às corrinhadas faz-me pensar sobre mim e as pessoas e sobre as pessoas e eu. Na verdade, é mais fácil deixar de comer arroz/massa/açúcar do que lidar (verdadeiramente) com as nossas emoções. E é aqui que entra o título deste texto: “O poder que damos aos outros para nos magoarem”.

Tenho duas clientes/amigas, muito ligadas ao espiritual, daquelas que pertencem já à minha/nossa rede de afectos, que me disseram várias vezes que estava rodeada de más energias, que tinha uma vida altamente invejável… eu dos muitos defeitos que tenho inveja não consta na lista. Não consta mesmo e talvez por isso tenha tido tanta dificuldade em entender o que elas me queriam dizer. Mas o que se faz com a inveja, más energias que nos chegam através de algumas pessoas?? Não as podemos mudar se elas não estiverem receptivas a isso. Isto é uma verdade inegável, mas também é verdade que somos nós que lhe damos o poder de nos atingirem. Como? Quando permitimos que os seus comportamentos ou ausência deles nos afectem. O João diz-me uma coisa há muito tempo que só agora entendi “Não esperes dos outros aquilo que tu estás disponível a fazer por eles” e é isto. É sobretudo isto. Porque razão eu me devo deixar afectar por alguém que nada tem que eu ambicione ou admire? Façam o seguinte exercício, perguntem-se “Esta pessoa profissionalmente é admirável? Tem alguma coisa que eu queira aprender? Tem alguma coisa que a faça destacar e com a qual eu me identifique ao ponto de querer isso na minha vida? Não?? Então porque lhe damos o poder de nos magoar? Pois… é óbvia a resposta, não é? Eu demorei muito tempo a chegar a este ponto… mas cheguei! E chegada aqui vou lutar para não regredir e assim retirei este poder a um bando de gente. Se quiserem um truque sempre que estiverem em frente a este tipo de pessoas e acharem que estão perto de ceder pensem nessa pessoa numa situação embaraçosa: a pessoa na sanita, a pessoa a dizer "supercalifragilisticexpialidocious", a pessoa a resolver um exame de geometria descritiva, meia hora num país estrangeiro sem falar a língua natal, com um olho na testa, sei la… qualquer coisa que vos faça sorrir e não vos faça vacilar.

É aqui que me encontro neste momento. Sinto que estou num processo de transformação gigante, por dentro e por fora, e que certamente me fará ser melhor mãe, amante, filha, amiga e profissional.

Adicionei a tudo isto um livro de gratidão. Há uns tempos uma tia de quem muito gosto deu-me um livro lindíssimo para eu escrever os meus pensamentos. Guardei-o. No outro dia olhei para ele e pensei “És perfeito e serás o meu livro da gratidão”, sendo um objecto que me foi dado com amor e escolhido com tanto carinho para mim, porque é mesmo a minha cara, é perfeito para esta finalidade. Lá escreverei diariamente algo pelo qual me sinto grata e assim obrigo-me a focar no que é bom, no que me faz bem e no que é positivo e não dar palco ao resto.

O poder está em nós. E é a nós que cabe usá-lo da forma mais correta. Pode demorar, mas não à pressa para se ser (mais) feliz, pois não?


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