A nossa vida é comandada por números. Somos um número no cartão
de cidadão, no passaporte, na segurança social, nas finanças… e por aí fora. E
quando embarcamos numa dieta são os números que nos vão orientando erradamente.
E porque razão eu digo erradamente? porque não é o número que a balança nos
oferece sempre que temos a coragem de nos colocar em cima dela que importa
quando decidimos mudar hábitos alimentares na nossa vida.
Eu não quero fazer mais uma dieta eu quero e preciso alterar
opções alimentares, alterar horários e regras e esperar que de arrasto o meu
corpo mude. Mas a mudança não começa na boca começa na cabeça. Se partirmos
para uma dieta apenas com a fixação dos números é certo e sabido que emagrecemos,
mas mais dia menos dia os quilos voltarão… tem sido assim a minha vida toda. O
que é que eu sinto diferente desta vez? É que a minha cabeça é que está a
controlar a minha boca, os meus desejos e ansiedades. Pela primeira vez sinto-me
confortável em fazer alterações. No outro dia eu disse que tinha deixado de beber
café e para quem me segue sabe que eu não dispenso (dispensava) uma bela caneca
tripla de Nespresso pela manha. Era o meu combustível acompanhado de uma belíssima
torradinha e em todas as dietas que fiz nunca tinha conseguido abdicar deste
meu vicio. Desta vez eu cortei com isso por completo, disse “não, eu não quero
que a boca mande na minha cabeça, desta vez eu não quero e não vou”. Durante a
semana que fiz com a alimentação da eat love food não toquei em açúcar (apenas o
da fruta) e por consequência não bebi café.
Entretanto passados 16 dias bebi 3 cafezinhos (não seguidos
ah ah ah ) com umas colheritas miseráveis de açúcar que me souberam pela vida porque
eu quis… porque a minha cabeça me disse “ok já mereces matar saudades”. Há 16
dias que não como arroz, massa, pão… se me custa? Honestamente a torradinha é o
que mais me deixa saudades, mas um dia voltarei a ela … ainda não é tempo.
Quero pela primeira vez que as gordices que eu adoro de paixão sejam a excepção
e não o dia a dia. Lembro-me perfeitamente que na casa dos meus pais os
refrigerantes apenas existiam em dias de festa, os bolos apenas apareciam uma
vez por semana ao domingo quando a minha mãe tinha tempo para fazer um bolinho,
sopa sempre a todas as refeições e no fundo é basicamente isso que tenho feito.
Regras definidas e de vez em quando ceder, sem remorsos, aos prazeres da comida
e do convívio.
Estipulei para mim que no próximo dia 22 (dia de aniversario
dos meus twins) não existirão restrições alimentares de nenhum tipo… mas também
estipulei que depois voltará tudo ao que iniciei no dia 2 de Junho e não haverá
lugar àquele pensamento “não vou deitar fora estes restos de bolos, ou de doces
ou de salgadinhos”. Quem os quiser comer que coma… EU NÃO!!!
Mas voltemos aos números que foi assim que comecei esta nossa
conversa. SEIS. Menos 6 quilos é o que esta nova forma de estar me proporcionou
em duas semanas e dois dias. Já sei que esta perda de peso vai abrandar com o tempo
e até parar mas não tenho pressa… não se pode ter pressa quando se ignorou um
corpo tantos anos. Tenho de ser paciente com ele como ele comigo porque afinal
de contas é a relação mais duradoura que teremos na nossa vida.
Interessa-vos saber o que ando a comer ou nem por isso?
Contem-me tudo… e vocês o que andam a fazer por vocês?
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