02/03/2019

Francisco e Pedro no mundo dos sonhos - OS PADRINHOS #1




No próximo dia 22 de Junho os nossos pequeninos farão dois anos de vida e como tudo na nossa vida parece vir aos pares desde esse dia decidimos juntar dois acontecimentos festivos: o aniversario e o batismo.

Batizar os nossos filhos nunca foi questionado, sabíamos que o faríamos só não sabíamos quando. Sabíamos que gostaríamos que eles começassem a fazer o seu próprio caminho de fé ainda pequeninos mas com dois tudo tem de ser muito bem pensado e planeado. A começar pelos padrinhos. Se encontrar dois padrinhos, nos dias de hoje, com as exigências que a igreja faz é difícil imaginem encontrar quatro. É do censo comum que os padrinhos são aquelas pessoas que irão educar/estar mais presentes na vida dos nossos filhos na nossa ausência, ora não é isto que significa padrinhos para a Igreja (ou não será esta a única e principal razão na escolha destes). Padrinho para a igreja é aquele que o irá acompanhar na fé cristã, e tão "somente" isto.

Ora nesta escolha a igreja exige que sejam batizados, crismados, casados pela igreja,... e é aqui que eu enquanto católica me interrogo se este é o caminho certo para aproximar as pessoas da igreja. Imaginem que têm uma amiga que foi casada pela igreja mas cujo marido a abandonou em troca de outra pessoa. Esta pessoa passa a ser divorciada, esta pessoa continua a ser batizada e crismada mas a partir do momento que foi abandonada por alguém deixou de poder ser madrinha de alguém. PORQUÊ? Não deveria a igreja analisar caso a caso? Não deveriam deixar as normas de lado e ser um nadinha mais abertos a pequenos ajustes? É porque depois aquilo que são regras impostas pelo patriarcado não são aplicadas dentro do mesmo concelho da mesma forma, e isto revolta-me. É ver pelo Facebook fora grupos onde se pergunta "mães quais as igrejas onde não é necessário os padrinhos preencherem os requisitos todos que exigem?" "mães quais são os padres que aceitam padrinhos sem o crisma?" e por aí fora… não gosto disto. Não gosto mesmo. O batismo se é para libertar do pecado original não deveria estar rodeado de omissões, mentirinhas piedosas  e jogadas de bastidores. Ora voltemos ao nosso caso… quando decidimos que iriamos juntar o batizado com o aniversario percebemos que íamos ter um problema: a data era um sábado e para a igreja o sábado é um dia preenchido com imensos acontecimentos e mais difícil de encontrar uma paroquia que realizasse batizados e ainda por cima à tarde como desejávamos.

Foi neste momento que a Paroquia do Estoril entrou na nossa vida e em boa hora. Todos de uma amabilidade incrível e mesmo tendo à nossa frente um padre que cumpre o que a diocese lhe manda nos apresentou soluções. E como é bom conversar com pessoas que levantando problemas também apresentam soluções nos dias de hoje. Perante a enorme dificuldade de encontrar pessoas para serem padrinhos, e reforço padrinhos de e para a fé, a paroquia do Estoril tem nos seus documentos uma frase que salva qualquer batizado "não são precisos padrinhos para o batismo", não é de hoje sempre foi assim mas são raras as pessoas que se lembrarão disto. Os pais podem apresentar os pequeninos à igreja sem a necessidade de padrinhos e perante isto ficamos "livres" de escolher os padrinhos de coraçao que desejamos para os nossos filhos. Pessoas que serão sempre testemunhas deste momento mas que ocuparão sempre um lugar especial nas suas vidas e na cerimonia. PADRINHOS DE CORAÇAO os mais especiais que poderíamos escolher, sem imposições, sem restrições de qualquer tipo.

E os nossos corações escolheram… escolheram a amiga que sempre esteve lá nos bons e nos maus momentos, a amiga a quem se levanta a voz e com quem nos zangamos, a quem abraçamos e limpamos as lagrimas, a quem pedimos desculpa e a quem agradecemos, a amiga a quem queremos bem. Os amigos que nos ensinam a ser família, a perceber que não há instituição mais impenetrável do que a família que construímos, que nos ensinam que numa família real há choro, gritos, abraços, beijos, dor, alegria mas que tudo partilhado se multiplica apesar da divisão. O amigo que se viu crescer, que é irmão, primo, amigo, filho, de sorriso querido e afável que está lá ao menor sinal. Os nossos padrinhos de coração não o são apenas e só nossos, são-o desde o primeiro momento dos nossos pequeninos. São pessoas que se interessam por eles, que os cuidam, que os amam, que os acarinham alguns até mais do que a família próxima (verdade)… e onde fica a fé aqui? fica a nosso cargo, assumimo-la como o nosso projeto, meu e do pai.

Mas como se convidam estas pessoas para um evento que se quer também especial? Como se convidam 6 pessoas maravilhosas para uma data que ficará para sempre marcada na nossa historia? E como é que iriamos dividir essas 6 pessoas pelos nossos pequeninos (dois casais e dois solteiros)?
Desde logo pensei no tema que gostaria de ter para o segundo aniversario deles e por isso o convite teria que estar relacionado porque eu sou pessoa meticulosa e excessivamente perfecionista/chata/e todos os adjetivos que encontrem para definir uma pessoa excessivamente exigente. Contactei a DOCINHO DE AÇUCAR para saber se a minha ideia era viável e assim foi. Escrevemos em 4 papelinhos o convite , dois assinados pelo Francisco e outros dois pelo Pedro, iguais para não haver forma alguma de sabermos quem iria "ficar" com quem, e colocámos dentro de um balão repleto de estrelinhas prateadas. Reunimos os nossos amigos e filhos à volta do balão e rebentámo-lo: no meio da chuva de estrelas lá estavam os convites.

E foi assim que o destino/acaso definiu que os padrinhos do Pedro seriam a Sofia, o Luís e a Rita e os do Francisco seriam a Sara, o Vítor e o Diogo. Para quase todos será assim mas para nós e creio que para os visados todos serão padrinhos e afilhados de todos porque na família é assim… amamo-nos sem espartilhos.

Padrinhos escolhidos, afilhados aceites, que comece a loucura da organização deste evento duplo e marcante na vida dos nossos pequeninos.


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