11/09/2017

AGUENTA CORAÇÃO

O Pedro foi o primeiro a nascer. É o mais velho por um minuto. Desde cedo se colocou em posição para nascer o que me faz pensar que é persistente e focado. Quando nasceu logo foi comparado ao irmão (creio que será algo inevitável ao longo das suas vidas) e foi apelidado de molengão, preguiçoso e pastelinho. Os pediatras que os iam avaliando nos 5 dias em que estivemos internados constataram o mesmo - o Pedro apenas leva mais tempo a fazer as coisas.

Na consulta do primeiro mês a nossa pediatra (pessoa super atenta e que nos leva a pensar todos os dias que o nosso instinto estava certo ao escolhê-la) achou que o Pedro tinha a cabeça achatada num dos lados e aconselhou-nos a usar a almofada Mimos para corrigir esta pequena deformação. Todos os dias o Pedro usou a almofada por muito que resmungasse sabíamos que era para o bem dele e levámos isso como uma missão.

Na consulta do segundo mês a Dra. Manuela achou que a almofada não seria suficiente para corrigir a sua cabecinha e que aconselhava uma consulta com um fisiatra para fazermos uma avaliação mais aprofundada. O nome da Dra. Ana Souto surgiu de imediato e logo logo tivemos consulta com ela para avaliarmos o nosso primogénito. Diagnostico - a confirmação da plagiocefalia e um torcicolo (afinal a preferência que o nosso pequenino tinha por um dos lados tinha estes nomes feios). São palavras que não queremos associadas a um bebe tao pequenino e pelo qual lutámos tanto. Ficou decidido que iriamos avançar com 12 sessões de fisioterapia e depois faríamos nova avaliação.

Saímos do hospital da luz com uma carga pesada... as palavras eram demasiado pesadas para nós. Eu, mais do que o João que tem uma forma mais descontraída de encarar as coisas (mas não menos preocupada), fui logo investigar o que era isto da plagiocefalia e do que ela pode significar na vida do nosso pequenino e na nossa. Fui reler também toda a historia do pequenino guerreiro Vicente da queridíssima Marta Moncacha (blog DOLCE FAR NIENTE) para saber o que poderíamos ter entre mãos. Não é fácil aceitar que um ser tao pequenino poderia ter de ser sujeito a tratamentos tao agressivos (aparentemente) mas a verdade é que são tratamentos mais violentos para nós do que propriamente para ele.

Na fisioterapia são as mãos da terapeuta Rita que lhe tocam, que mexem e remexem, que o provocam com as suas musicas, com as suas diferentes rocas que o estimulam... mas tudo é lento. As melhoras não são logo visíveis (toda a gente nos avisou e avisa para isso)  mas a verdade é que os exercícios que vemos serem feitos ao nosso pequenino servem também para nós aprendermos e repetirmos com os dois em casa. E sim há melhoras... pequeniníssimas mas há melhoras no que toca ao torcicolo e o Pedro já move mais a cabeça para o lado esquerdo (a tendência dele é de olhar sempre para o lado direito).

Mas os corações dos pais precisam sempre de esgotar todas as hipóteses, precisam de uma confirmação de que estão a optar pelo mais correto e por esse motivo procurámos a Dra. Paula Rodeia (neuro cirurgia que seguiu o Vicente no seu tratamento). Hoje foi o dia de nos conhecermos, de percebermos o quão doce e profissional é esta medica que o acaso nos colocou no caminho e de alguma forma apazigou um pouco os nossos corações quando disse que a equipa de fisioterapia que nos acompanha é a que ela nos iria aconselhar. O Pedro tem uma diferença de 12mm de uma orelhinha para a outra, tem um achatamento que existe do meio da cabeça para trás (perdoem-me as palavras menos técnicas mas aqui é apenas uma mãe a falar e não uma medica) mas que em nada irá afetar o seu desenvolvimento e lado cognitivo poderá, no entanto, se não for corrigido provocar problemas ao nível da visão, dos ouvidos e dos maxilares. Congratulou-se por sermos pais atentos e aos 2 meses ja estarmos a tentar resolver este problema (o mérito não é todo nosso mas sim da pediatra atenta que escolhemos) e marcámos nova consulta para daqui a um mês. Nessa altura vamos ver se as medidas que agora foram  tiradas têm alterações e ajustamos as medidas a tomar. O capacete, para já, não é opção.

Sabemos que a luta pelo bem do nosso pequenino ainda está longe do fim mas temos no nosso coração a certeza de que estamos a fazer de tudo para que ele fique o melhor possível.

É tempo de apaziguar o coração e agradecer à mãe de todas as mães todas as bênçãos.

nota - foram varias as pessoas que nos falaram na osteopatia e eu não ignorei essas recomendações porém confesso que me assusta ter um terapeuta a mexer nos ossinhos do crânio do nosso bebe sendo ele tao pequenino... para já prefiro que lhe mexam apenas no pescoço. Para já... fica adiada a osteopatia.

2 comentários:

  1. Susana Flores de Aguiar12 de setembro de 2017 às 11:11

    Olá,
    Tenho um Gui com 6 meses e meio.
    Quando fez um mês comecei a notar um certo achatamento na cabeça e uma tendência a só virar a cabeça para a direita. Não era bem uma tendência uma vez que mesmo que lhe virassemis para a esquerda, ele virava prontamente para a direita. Falamos com a médica que nos acompanha e fizemos vários exames para despistar torcicolo. Fizemos inclusive uma eco á cabeça. Nada de conclusivo.
    Mas o meu coração não descansou. Pesquisei imenso e descobri que em casos precoces a osteologia é mais eficaz do que o capacete, uma vez que o capacete corrige principalmente a parte estética, mas que a osteopatia o que faz é induzir o organismo a reposicionar-Se.
    Só tenho bem a dizer. Ao final de um mês (4 sessões ) já virava a cabeça.
    Agora com quase 7 meses tem quase total simetria craniana, mas já fizemos exames oftalmológicos e está tudo bem. A dentista também não vê qualquer assimetria do maxilar. Aconselhe-Se. Pesquise.
    E siga o seu coração.
    Beijinhos para os bebés. 😚

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  2. Obrigada Susana é sempre bom ouvir/ler testemunhos reais :) e ja agora a que osteopata recorreu? eu confesso que me assusta um pouco até porque a neuro cirurgia concluiu que na verdade ele não tem um torcicolo mas apenas plagiocefalia pois não tem nódulos quando oscultado. Beijinhos para vocês e felicidades <3

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