18/08/2015

POR TERRAS DE SUA MAJESTADE #1

Há muito tempo que desejávamos ir a Londres mas foi daquelas decisões que fomos adiando, adiando, empurrando com a barriga até que chegaram os enta e em conversa com uma amiga que também iria entrar nessa maravilhosa idade decidimos que merecíamos esta viagem. Entrar nos quarenta com um "acent" british era a nossa forma de celebrar esta data. Decidimos que iríamos logo a seguir ao meu aniversario... missão Londres em  movimento.

As festas passaram e o dia da partida chegou e como pessoas que planeiam bem as suas ferias, decidimos que iríamos no voo mais cedo e regressaríamos no voo mais tardio, de forma a aproveitar tudo muito bem. Claro que quando estamos de madrugada a fazer uma mala que deve contemplar roupa para a meteorologia esquizofrénica que existe por lá e sabemos que o despertador tocará passados... 60 minutos pensamos "mas quem é que teve esta brilhante ideia?1? (todos). A mala fez-se, a roupa coube toda (sim fiz um documento de word para me ajudar nos conjuntos e de forma a optimizar as peças que iria levar), os olhos iam inchados mas as expectativas iam altas. Eu era a única estreante por terras de sua majestade e confesso que algo ansiosa pois enquanto uns me diziam "Londres é a NY da Europa" outros afirmavam "é igual a Paris"... estava quase na hora de eu descobrir a "minha" Londres.

Mas como já devem saber comigo as aventuras começam muito antes de começarem e por isso mesmo no aeroporto de Lisboa aguardava-me uma situação no mínimo ridícula. Dependendo dos países para onde viajamos (muitos saberão disto) assim sao os protocolos a respeitar, mostragem de documentos, bla bla bla... era muito cedo, 5 da amanha mais ou menos, o aeroporto não estava muito cheio e depois de termos passado nos detectores de metais chegámos a uma zona com imensos torniquetes com placas a dizer Passaportes e com a bandeira da comunidade europeia. Ora apenas um de nós estava com passaporte, e este rapidamente se dirigiu à zona da direita, os restantes ficámos ali parados a tentar perceber o que deveríamos fazer. A ler e a reler o que diziam as placas, a ver os bonecos das placas e cheios de duvidas... ao longe estávamos a ser observados por um agente do SEF. "Que maçada, estes parvónios que não viajam vão obrigar-me a levantar, e eu que estou tão cansado do meu turno" juro que quase li esta frase à medida que o dito agente de dirigia a nós. Nós estávamos, agora, perto do nosso amigo (do passaporte) e o dito senhor disse logo "onde é que vão?"... eu respondi-lhe "não sei estamos a tentar perceber" ele diz-me "é de onde?" Eu (juro que pensei dizer china mas isto não ia correr bem) e disse Portugal e é então que ele larga um "óbvio que é do lado esquerdo, tem de colocar o cartão do cidadão e ficar parada em frente àquela câmara". Óbvio para ele que trabalha ali e está habituado àquilo. Eu, que não me fico muito menos quando durmo apenas 1 hora disse-lhe "desculpe mas não está em lado algum indicado que é para usarmos o cartão único e muito menos introduzi-lo nessa ranhura" de resposta levo com "também não diz ali que a senhora tem de vir vestida e a senhora vem não é?" aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii aqui a coisa esteve tão perto de azedar porque eu só tinha na minha cabeça esta frase em loop "também não diz ali que não o posso mandar à merda pois não?" mas pensei que era um agente, pensei que quando alguém é mal educado connosco devemos dar o nosso outro lado... o educado e a partir daquele momento o meu cérebro deixou de o ouvir e só o via abrir e fechar a boca e a explicar-me porque razão não estava ali escrito cartão único e bla bla bla bla eu sempre que o via a abrir a boca só dizia "tem toda razão sr agente, toda a razão. Claro que sim senhor agente. Muito bom dia para si". Este senhor poderia ter todas as razões do mundo para estar azedo com a vida mas nós nada fizemos para ele ser mal educado, estávamos apenas perdidos e desorientados e precisávamos apenas de uma orientação sem juízos de valor e piedolas parvas (ainda para mais àquela hora da manha). E no final desta cena apenas pensei que este senhor é a cara de todo um povo quando se dirige às pessoas naqueles modos... enfim...

A viagem a Londres já tinha historias para contar e ainda não tínhamos saído de solo português... o que virá a seguir?

Sem comentários:

Enviar um comentário

design

design by: We Blog You