CAFÉ DA GARAGEM - TEATRO TABORDA

Gosto de me perder pelas ruas da minha cidade. Confesso que é uma das coisas de que mais sinto falta, desde a minha mudança para a linha de Cascais, são estes deambulares sem rumo, sem destino, mas sempre a encontrar locais que existem apenas para serem descobertos. Este sábado foi dia de nos perdermos, sem rumo, sem pressas. Apanhámos um pedacinho da feira da ladra e continuámos até chegarmos à Rua Costa do Castelo 75, até ao Teatro Taborda.

Há muito tempo que não visitávamos este espaço e foi com muita alegria que vimos o Café da Garagem remodelado e de tão boa saúde. Este espaço está literalmente esculpido numa das colinas de Lisboa, escondido, recatado, enterrado uns pisos abaixo do piso de entrada mas tão surpreendentemente acolhedor e cheio de luz. É sem duvida uma janela panorâmica para as costas da cidade com vidros e espelhos que reflectem a luz macia de Lisboa.Uma fila de cadeirões mesmo em frente à janela, como se estivéssemos na primeira fila prontas para assistir a um espectáculo são o convite a permanecer horas sem fio a contemplar a maravilhosa vista.

A decoração do espaço faz-se com humor e pormenores (um projecto da designer Joana Astolfi): gaiolas, cabeleiras, sapatos, vestidos, brinquedos e frases dão vida às paredes e conferem um ar neodecadente. A iluminação é discreta e fica a cargo de um cordão de candeeiros fugidos das mais diversas mesinhas de cabeceira que se estendem ao longo de mesas corridas feitas com portas. Nada foi escolhido ao acaso apesar do ar displicente que aparenta. De fundo um jazz ou um cd antigo dos Beetles soa sem incomodar e que nos faz sentir em casa.

Assim é o Café da Garagem, assim é um sitio que não ficará no esquecimentos nos próximos tempos. Recomendamos!