09/02/2015

CAMINHAR PARA ORGANIZAR

Não, a vida não é sempre andar de skate e comer bolos de chocolate enquanto se lê um livro. Não é sempre sorrisos, festas e alegria. A vida coloca-nos duvidas e obstáculos. Testa-nos. Coloca-nos à prova. E nós, ou corremos à procura das soluções ou corremos dos problemas e viramos-lhes as costas. 
Este fim de semana foi a primeira vez que usei a caminhada para organizar a minha casa (entenda-se a minha cabeça), as minhas duvidas, os meus medos. A corrida/caminhada como eu a entendo é um exercício muito egocêntrico, é a nossa cabeça, o nosso corpo a lutar contra os limites que nós próprios colocamos. E eu sempre fui a rainha dos limites no que diz respeito à resistência física. 
Este fim de semana fixei uma meta, física, e dispus-me atingi-la. Sem pressas e sem pressões. Levei toda a tralha que me ocupava o cérebro, a pesar-me, a travar o meu avanço (bem isso e o vento do guincho que estava mais gélido do que nunca) e fui-me desfazendo dela. Há medida que ouvia "one kilometre" nos meus ouvidos lá iam ficando pensamentos gordos, pensamentos feios, caídos no caminho pedestre paralelo ao mar do guincho.
Gosto muito daquele percurso. Gosto da paisagem. Da acalmia do mar ou da sua insubordinação feérica. Do cheiro a maresia. Dos desenhos das dunas. Gosto muito daquele percurso. Mas gosto ainda mais do que ele provoca em mim.
De facto a vida pode nem sempre significar andar de skate e comer bolos de chocolate enquanto se lê um livro. Por vezes também é calçar uns ténis e ir... levar tudo o que nos preocupa e ir... pegar em todos os nossos medos e ir... ter medo de não saber o que vai sobrar quando chegarmos à meta mas ir...
Eu fui... cheguei e vou voltar!


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