04/09/2014

A DOR NÃO SE MEDE MAS HOJE TEM COR... É ROSA!

Irrita-me um bocado (muito) quando ouço/leio "quando for mãe vai entender" ou "só uma mãe conhece essa dor". Não entendo esta necessidade de quantificar dores inqualificáveis, esta forma arrogante de catalogar uma dor que se desconhece. Todos sofremos de forma diferente, todos temos formas distintas de a viver, todos temos formas dispares de nos resignarmos a ela ou de a combatermos. Se de facto existisse uma forma maternal de viver a dor porque razão existem no mundo progenitoras abomináveis que abusam dos seus filhos. Não são mães? Então deveriam ser detentoras dessa forma única de sofrer certo? Errado. Errado porque antes de sermos qualquer outra coisa somos seres humanos e é isso que nos distingue, sejamos pais, mães, filhos, filhas, sobrinhos, sobrinhas,...
São os valores que coleccionamos ao longo da vida que fazem com que soframos ou não perante as agruras da vida. Caso contrário não existiria o matricídio, nem abondonos, nem negligencias...
Não entendo esta necessidade de medir a dor dos outros. O litro não serve. O centímetro não chega. O quilo é insuficiente. 
Aceite-mo-nos assim... diferentes! Sem mais, nem menos, assim... diferentes!
Aprendamos a lição que um ser pequenino de nome LEONOR nos deixou. Que podemos sorrir na dor, que podemos dar esperança aos outros quando a nossa já se foi, que devemos lutar mesmo quando o nosso corpo já não tem forças para isso. 
A princesa CÔ DE ROSA ausentou-se mas quando se é grande como ela não existe ninguém que ocupe o seu espaço. Imagino-a de braço dado com o RODRIGO, a sorrirem e a brincarem. Ela com o seu ar maternal irá certamente tomar conta dele. É nisto que acredito. Só assim faz sentido. Só assim se consegue aceitar.
Não, eu não sei o tamanho da dor da mãe Vanessa, mas verdade seja dita não quero. Não quero mesmo. Egoísmo meu é certo mas acho que nenhum ser humano deveria sentir essa dor. Eu ainda sofro por todos os que partiram da minha vida há mais de vinte anos. Sou a pior das sofredores porque sucumbo à dor. Estive muito perto de lhe dar a vitoria nesta luta que é viver.
Por tudo isto não me venham com a treta do "só uma mãe conhece esta dor". 
Hoje pelo menos hoje aceite-mo-nos como somos. Aprendamos com o sorriso da Leonor. Relembramos todas as mensagens de fé e de esperança que nos passou ao longo da sua curta existência na terra.
Hoje é dia de pintar tudo de cor de rosa e de sorrirmos (mesmo que os olhos se invadam de lágrimas, mesmo que o coração esteja apertado). Hoje é o dia em que a Leonor encontrou o Rodrigo e juntos, de mãos dadas, vão distribuir gargalhadas e sorrisos num mundo idílico.
Até um dia pequenina grande LEONOR!












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