06/07/2014

DOEM-ME AS PALAVRAS

Sinto que não pertenço a lado nenhum
Sinto que o chão me foge e me agarro às coisas mundanas e supérfluas da vida para me esconder deste medo que me corrói.
Sinto que mereço esta dor galopante que se apoderou dos meus gestos.
Na verdade sinto que sinto muito pouco.
Mergulhei numa dormência profunda e que me arrasta para terrenos pantanosos e movediços.
Quanto mais de lá quero sair mais me enterro.
Quanto mais quero pedir ajuda mais afasto os que me querem bem.
Mais visto a capa do ser frio e insensível que nunca me serviu.
Depois, mesmo no meio da multidão mais barulhenta, afogo-me nos meus pensamentos sombrios e tenebrosos. 
Aí caem as máscaras.
E os dias parecem noites e as noites parecem intermináveis.
O inferno.
A convicção de que tudo me parece errado.
Tudo está errado.
Eu.
Eu é que estou errada.
Eu é que não estou bem.
Eu é que não sei lidar com esta coisa que se apoderou de mim.
O problema está em mim bem como a solução.



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