27/01/2014

EU MUDEI DE NOME


No dia 26 de Junho de 2010 eu mudei de nome. Mudei de estatuto. Mudou muita coisa, tanta que eu não imaginava como algumas dessas mudanças iam ser difíceis de aceitar.
Há quase 4 anos que tenho esta luta interna e que nunca ousei verbalizar muito menos escrever sobre ela. Porém se há coisa que os tempos negros da minha vida me ensinaram é que só podemos curar aquilo que somos capazes de verbalizar. E por isso hoje eu escrevo sobre o facto de que eu mudei de nome e não sei se gosto.
Recuemos uns anos… na verdade recuemos muitos anos, ao dia em que aprendi a escrever “Sara Sousa”. Estas letrinhas assim agrupadas eram o meu símbolo, eram o meu orgulho. Este foi o nome que usei durante a maior parte da minha vida. O nome com que vivi momentos bons, momentos maus, momentos para esquecer, momentos para lembrar. Sara Sousa era eu (e confesso que ainda sou).
Até que no dia em que decidimos casar foi-me feito o pedido de mudar o meu último nome e eu achei que era uma bonita homenagem ao homem que estava disposto a aturar-me para o resto da vida dele (são testemunhas disso). E fi-lo em consciência de que queria fazer isso por ele, por nós e pelo simbolismo que isso teria.
Mas… e confesso que é um grande mas. Nunca imaginei que fosse tao estranho assinar outro nome. Ouvir do outro lado da linha: “Senhora Sara Ferreira?” Como? É comigo? Quantas vezes esperei 5 segundos (ou mais) até que o meu cérebro aceitasse que eu e a pessoa que acabara de atender o telefone eramos a Sara Ferreira? Nem sei…
Não entendam mal… não estou arrependida mas não posso esconder as saudades que tenho de ser sara sousa e por isso cada vez que me perguntam o nome eu digo Sara de Sousa Ferreira. E fico feliz. Há ali uma felicidade que é minha e que mais ninguém sente. Egoísta. E que só termina quando me dizem “ Sara Ferreira pode ser? É mais fácil. Não senhores não é mais fácil. Acabaram de estragar o meu pequeno prazer com ar displicente e quase com desprezo.
Eu mudei de nome e ainda não me habituei.





10 comentários:

  1. Eu ainda não sou casada mas penso ser um dia..e é um assunto sobre o qual já reflecti várias vezes e como o meu sentimento é parecido com o teu..gosto tanto de ser a Marisa Matos que não estou a pensar mudar isso. Nunca deixarás de ser a Sara Sousa mas acredito que seja estranho tudo o que envolve ter outro nome

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    1. Marisa pensa bem porque de facto nao está apenas em causa um nome... é o nosso nome, da nossa familia... mas eu acredito que um dia serei SARA DE SOUSA FERREIRA em pleno :)

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  2. Eu casei no ano passado e não adoptei o nome do meu marido precisamente por causa disso... só se ele também adopta-se o meu :).

    Sem Jeito Nenhum Blog

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    1. Opá vocês são muito mais espertalhaças do que eu :) mas Cê eu tambem tinha essa teoria e depois pimba... fui apanhada na curva do amor

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  3. Sónia almeida Vieira27 de janeiro de 2014 às 17:22

    Eu também fiquei com o nome do meu marido mas assino sempre o meu também, ou seja, passei de Sónia Almeida a Sónia Almeida Vieira e disso não abdico. Mas gosto de ser Vieira e que a minha filha saiba que eu também tenho o mesmo apelido que ela. :) Mas é tudo um hábito, daqui a algum tempo vai estar completamente adaptada e já não vai soar-lhe tão estranho. Eu já levo quase 8 anos de casamento!

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    1. Sonia Almeida Vieira estava a precisar do quentinho da sua mensagem... há esperança :) de facto acho que os filhos nisso ajudam muito... a ver vamos :)

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  4. Fiz recentemente 10 anos de casada e não adoptei o nome do meu marido porque é do mais ridículo possível. O meu nome é o nome que os meus pais me deram. Ponto. Há dez anos atrás o meu marido ficou, inicialmente, muito chocado. Perguntou-me "Não vais adoptar o meu nome?!?!?" Eu respondi: "Alguma vez consideraste adoptar o meu?". Não respondeu e nunca mais tocou no assunto. Eu sou eu muito antes de existir um "nós". E a mera ideia de que deixo de ser quem fui toda a vida só porque juntei a minha vida à vida de outra pessoa me dá arrepios.

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    1. Como eu a compreendo... mas eu não estou arrependida de ter mudado o meu, não o fiz de ânimo leve. Foi pensado e reflectido mas não deixa de ser estranho :)

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  5. Amiga...muito bom!!! Como te compreendo....De facto serei sempre FB... mas lá está a curva do amor leva-nos para outros caminhos... inicialmente tudo parecia estranho...hoje socialmente já estou um bocadinho mais habituada.. mas profissionalmente continuo FB. BJOOOOOS

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    1. Eu sabia que iria encontrar pessoas fofinhas que me iam compreender... mas verdade seja dita também nos pode ser muito conveniente este caso de dupla identidade ;)

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