12/03/2021

CHEGUEI A FÁTIMA... (JÁ MENOS) SOZINHA... A PÉ #6




Foram 146kms, 22 corridas (o dia de nascimento dos meus pequeninos), 23 horas 41 minutos e cinquenta e dois segundos.

Comecei no dia 16 de fevereiro com os mesmos ténis que fiz a minha peregrinação em 2016. Já deveriam ter ido para o lixo pois estão mais do que cansados e gastos, mas quis a pandemia que assim tivesse de ser e ainda teve mais significado. Com a gravidez e o facto de andar muitas vezes descalça os pés mudaram e preciso de fazer um novo teste de passada e comprar umas “pantufinhas” de corrida novas, mas… tem de esperar como quase tudo na nossa vida no momento.

Não vou mentir houve dias em que não me apetecia subir para a passadeira, fazê-lo durante as sestas deles, ou deixar os meus homens a jantar os 3 e ir para cima da passadeira sozinha com os meus pensamentos (nem sempre positivos) mas a verdade é que me soube sempre bem. Saí sempre com a ideia de missão cumprida e foi tao bom que me tinha proposto terminar no dia 16 de março e acabei por terminar ontem dia 11.

A peregrinação que fiz em 2016 tinha como propósito pedir à mãe de todas as mães que me ajudasse a aceitar o que estivesse guardado para mim (estava em “vésperas” de iniciar os tratamentos de fertilidade) e esta peregrinação “virtual” não foi mais do que um GIGANTE OBRIGADA. É difícil agradecer em tempos de pandemia. É mesmo. Há dias em que choro de desespero pois não consigo trabalhar, não consigo concentrar-me, não consigo dar a atenção que duas crianças de 3 anos merecem e exigem, não consigo ter a casa minimamente arrumada e limpa, não consigo acabar com a pilha de roupa para engomar que parece nascer sabe deus de que fonte. Não, não foi nada fácil agradecer em tempos de pandemia, mas, e aqui fica um enormíssimo mas, se me focar no que realmente importa eu só tinha mesmo de agradecer e muito. 2021 já me levou uma pessoa de quem gostava/gosto muito, mas de resto até tem sido generoso. Quando vejo o meu percurso desde 2016 vejo que tinha/tenho uma divida de gratidão gigante e incomensurável para com a mãe de todas as mães.

Irei sempre agradecer-lhe o facto de me ter tocado, de me ter pegado ao colo, de me ter afagado tantas vezes a cabeça, calado os medos que não conseguirei nunca verbalizar, …

Estes 146kms foram muito mais compensadores do que penosos (mesmo com uma bolha no pé, que durou pouco tempo graças a deus, das dores musculares aqui ou ali).

Ter um grupo maravilhoso que se juntou à minha ideia foi o melhor que me podia ter acontecido e todos os dias lá estávamos nós a puxar uns pelos outros, palavras de incentivo, palavras de camaradagem, palavras de provocação até para atingirmos o nosso objetivo e claro juntar a tudo isto a parte solidária de ajudar 4 instituições foi mais do que inspirador.

Posto isto e porque estou rodeada de gente inspiradora é tempo de pensar no próximo desafio:

625KMS até SANTIAGO DE COMPOSTELA 

170 dias a começar a 17 de Março 2021







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