31/12/2020

OBRIGADA 2020







OBRIGADA 2020!

Permitam que me (re)apresente: Sara de Sousa Ferreira, casada, mãe de gémeos e fundadora/criadora/funcionaria da FIOAPAVIO. E enganem-se se acham que conhecem esta pessoa que está na imagem… esta vocês não conhecem! Esta também eu estou a descobrir… e que satisfação me está a dar.

Para muitos este será o pior ano das suas vidas. Para mim, um ano de mudança, um ano de crescimento, um ano de renascimento. É assim que me sinto, renascida!

Era fácil deixar que a pandemia me adiasse os planos e na verdade deixei-me ir no medo que se instalou até junho… foi em junho, no mês em que os meus pequeninos nasceram que eu me permiti (obriguei a) mudar.

Por várias vezes cortei com os meus “vícios” para perceber até que ponto a minha cabeça estava preparada para a mudança… espantei-me. Estava! Estou!

Cortei o cabelo, voltei a cortar, cortei ainda mais curto e que bem me fez. Sinto-me tao bem assim.

Perdi 14 quilos desde junho e recebi 4 de volta mas está tudo bem. Aceito isso, não fiz nada nos últimos tempos para que fosse diferente. Se os consigo perder??? Claro que sim, esses 4 e mais 4 e se tudo correr bem mais 4. Esta foi uma das grandes mudanças interiores: eu mando em mim. Eu controlo a minha cabeça e as minhas emoções. Eu aceito o meu erro mas também tenho de ser eu de forma consciente a corrigi-lo.

Voltei a olhar de frente para o espelho. A sentir orgulho em mim. A sentir-me bonita sem esperar a aceitação dos outros. A ver os erros, mas sem deixar que esses me ocultassem as conquistas.

Fui mais amiga. Disse várias vezes “gosto de ti”, disse mais ainda “gosto muito de ti”. Tive saudades… as saudades essa erva daninha que cresce e cresce e nunca pára de crescer. A que me faz escrever e chorar ao mesmo tempo pois HOJE precisamente hoje a terra deixou partir o meu avozinho. E nunca doi menos. Nunca. A saudade… tive também, como muitos, saudades do futuro: dos abraços que não demos, dos encontros que adiámos (até quando??), dos concertos a que não assistimos, das viagens que cancelámos, dos jantares que não partilhámos com amigos. Saudades. Mas também ouve o medo, O medo de ser contaminada por um vírus que tomou conta do mundo, medo de que este desconhecido se tornasse real no meios dos meus, medo de me despedir de mais alguém este ano… caraças tia Helena quantas vidas há nesse corpo franzino e cada vez mais magrinho?

Irritei-me, angustiei-me, revoltei-me com o egoísmo de muitos, chorei, fiz birras, percebi que família não é a que tem o mesmo sangue que nós, família não é a que a regra da sociedade nos impõe, percebi que sou eu que dou poder aos outros para me atingirem, bloqueei alguém pela primeira vez e não o fiz porque discordava do que foi escrito, mas sim porque aquelas palavras haviam sido ditadas por alguém que nunca terá coragem para as assinar, …

Fui uma melhor mãe para os meus filhos, fizemos bolachinhas para o pai natal pela primeira vez, amassámos folares a 6 mãos feitos com a mesma receita que eu fazia no monte com a minha avó e mãe, criámos rotinas e tradições que espero se repitam por muitos e bons anos.

Pedi desculpa. Pedi muitas vezes desculpa, mas sempre que o fiz, fi-lo porque o sentia, fi-lo porque assim o entendi e não por imposição.

Este foi um ano memorável para mim.

Pensei que as pessoas mudariam, e se tornariam mais altruístas e mais cúmplices… enganem-me. Os bons ficaram melhores e os maus… apenas continuaram a ser o que são: pequeninos, egoístas e infelizes. Maço-me cada vez menos com estes últimos. Quero-os longe. Cada vez mais longe ainda que convivam comigo... a distancia será interior.

OBRIGADA 2020!

Obrigada por me permitires encontrar o caminho. Obrigada pelas amizades que conquistei, pelas pessoas que (re)descobri, pelas amizades que vi com os meus olhos e não com os olhos que os outros gostavam que eu visse. Obrigada por não me teres levado ninguém e me teres acrescentado algumas pessoas que passaram a ser minhas. Obrigada por permitires que a minha FIOAPAVIO tenha sobrevivido a uma pandemia onde as pessoas perderam poder de compra e tiveram medo (tal como eu) de gastar o que não sabiam se teriam. Obrigada por todos os sorrisos que colocaste no meu rosto.

Obrigada pelo EU 2020! O eu que hoje coloco aqui de forma descarada nesta fotografia que o meu mais do que tudo me tirou ( e a ele o meu maior obrigada por me permitiu este crescimento pessoal).

2021 a ti peço ajuda para o NÓS!


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