11/08/2020

DIÁRIO DE UMA FUTURA EX-GORDA - RUMO AO MEU NOVO EU #26 A MUDANÇA, A ANSIEDADE E AS FÉRIAS


A mudança dói. Mesmo quando a desejamos, mesmo quando ela é essencial à nossa sobrevivência, ela dói. Porém esta dor deve ser passageira, são as muitas vezes chamadas dores de crescimento.


Eu não mudei. Eu estou a mudar. Entendem a diferença? Este processo não é mais do que uma longa caminhada até ao último dia da minha vida. E esta mudança não é sobre cortes de cabelo, sobre quilos a menos, sobre roupa nova. Não! Esta mudança acontece por dentro, acontece no momento em que a nossa voz interior grita bem alto CHEGA! Esta mudança é sobre voltar a ter a capacidade de olhar de frente para o que o espelho nos reflecte e sentirmos orgulho. É sobre nos comovermos com o que vemos e pensarmos “miúda vamos fazer isto juntas”. Eu sentia falta disto. Durante os últimos 3 anos eu e o meu reflexo não éramos a mesma pessoa. E este é o maior sinal de que precisamos da mudança. Eu fui a pessoa que apenas olhava para o seu corpo através da visão periférica e esta foi a minha primeira conquista: olhar de frente para mim, nua, sem desviar o olhar. Há marcas que me fazem sorrir, há marcas que sei que apenas se poderão corrigir com cirurgias (que não sei se farei… a seu tempo),… o meu corpo conta a minha historia. Uma história da qual me orgulho e que só por si já é um excelente motivo para o aceitar e respeitar. 

Por tudo isto (e agora estas palavras vão directamente para os meus amigos mais próximos) nada temam. Isto não é uma crise de meia idade e eu não estou convencida que vou ficar uma boazona obcecada com físico com um corpo tonificado. Naaaaaaa não vai acontecer. Eu quero apenas ser feliz comigo e com os outros. E sinto honestamente que estou no caminho. Sem pressas e sem metas. Vou caminhando. Apenas caminhando! 

Mas voltemos a coisas mais praticas o que raio ando eu a fazer para ter alguns resultados? Na verdade, fui uma menina a fingir que se portou bem nas ferias (quem diz a verdade não merece castigo, lá dizia o povo). 

Na hora de fazer as malas empacotei a liquificadora (podem-se rir), levei a linhaça, o gengibre, a quinoa, a manteiga de amendoim e os quilos de bolachas de milho e estava convencida que poderia enfrentar todos os medos gastronómicos alentejanos que povoavam o meu cérebro. 

Fiz um batido em 3 semanas … ah ah ah ah! Riam-se faz bem e é saudável. Fiz um batido e no dia seguinte voltei ao meu pequeno almoço favorito: uma canecada de café e uma torrada de pão alentejano. E era o único pão que comia no dia, mas que me dava alento e me aqueceu a alma. Depois para a praia levava bolachas de milho que comia com fiambre, iogurte magro, fruta e água. Raramente jantei mas quando o fiz apenas comi sopa. E porque me deito tarde, houve vezes em que recorri aos amendoins para matar aquele ratinho antes de ir para a cama (eu compro com casca para comer menos… truques). Mas nos entretantos desta vida comi um belo arroz de marisco no restaurante do costume, um arroz de polvo maravilhoso da minha mãe, 3 bolas de Berlim comidas na praia com vista para o mar que me souberam pela vida. 

Foram 3 semanas em que senti alguma ansiedade com os números da balança (sim eu vivo com o medo de regredir… ainda não consegui combater estes fantasmas) e no dia em que regressei foi a última coisa que fiz (já de madrugada). A vida ofereceu-me menos um quilo… e eu chorei. Chorei de alegria porque pensei “caraças eu consigo encontrar um equilíbrio entre o viver e comer coisas boas e as restrições”. Acontece que eu ainda não estou na fase de manter peso… eu preciso perder mais por isso foi óptimo durante as ferias, mas agora voltemos ao foco. 

E é isto pessoas queridas estou de volta, rumo aos menos 12, acompanham-me nesta caminhada?

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