30/06/2019

MARCAS PORTUGUESAS E AS SUAS DORES DE CRESCIMENTO






Lamento cada palavra que escreverei sobre este assunto, mas é algo que me incomoda profundamente, e que serve de introdução a uma séria de textos felizes. Alerto já para o facto de isto retratar a minha/nossa experiencia o que não significa que outras pessoas nas mesmas circunstancias tenham relatos diferentes dos nossos. Esta é a minha/nossa perspetiva, por isso vamos la despachar isto para chegar ao que realmente importa.

As marcas portuguesas, salvo honrosas exceções, não sabem crescer. Não sabem mesmo. Muitas descuram a qualidade, negligenciam o cliente, não cumprem prazos, não enviam faturas sem que estas sejam quase suplicadas e inventam desculpas para justificar os incumprimentos como se o cliente fosse um tonto e que deve aceitar qualquer coisinha.

Hoje em dia é quase imperativo que se aceite o medíocre ou menos bom se a imagem é particularmente bonita e se faz soltar uns audíveis “Uauuuu super giro” ou um “Ohhhh que fofinho", ainda que o resultado final não seja o que o cliente pediu e pagou. Estamos na era da imagem, em que o conteúdo pouco importa. Pois eu sou uma cliente aparentemente difícil pois gosto de receber o que pago, não me importo de pagar mas receber o equivalente ao que paguei, aceito falhas mas (e este é um grande mas que poucas marcas entendem) acompanhadas de justificações sérias e honestas e no momento certo (não esperar que a cliente nem dê pelas falhas e omissões).

Em Janeiro de 2019 começámos a preparar o batizado e segundo aniversario dos nossos pequeninos: contactei (porque fui eu que comecei este processo quase sozinha para facilitar) vários locais para a realização do evento, sondei marcas que me fornecessem o catering e a decoração, pensei/ámos no presente que daríamos aos nossos pequeninos, procurei marcas que fizessem velas/toalhas e álbuns para o efeito e só não procurei fotografo porque esse está escolhido desde o momento em que se cruzou connosco – a nossa Martinha da DREAMAKER. Se pensarmos que a data do evento seria a 22 de Junho de 2019 parece-me que não foi nada tratado em cima da hora… ou será que foi? Acreditam que recebi mensagens de locais de eventos 5 meses depois de os contactar?

Seria de esperar que algo tratado 6 meses antes me trouxesse a paz que tanta falta me faz mas enganem-se pois o processo foi lento, desgastante, frustrante e com muitas desilusões pelo meio. Volto a reforçar que sou uma cliente exigente e mais do que saber o que quer sabe muito bem o que não quer.

E posto isto voltamos ao título deste texto: tristemente percebo que algumas marcas portuguesas não sabem crescer. Vão à televisão, patrocinam umas quantas figuras publicas e aí vão elas lançadinhas rumo ao (in)sucesso. O cliente que lhes paga efetivamente as contas esse é servido como calha e ainda tem de se calar pois “aiii é a marca X” ou “mas como é que dizem isso se é a marca Z”. Eu digo! Eu digo porque pago, porque cumpro e porque me recuso a prestar vassalagem a marcas que não merecem a nossa gratidão e porque, este ponto é o mais importante, acredito que só podemos melhorar com a critica positiva, com aquela que nos faz crescer e sermos mais e melhor.

No dia do Batizado do Francisco e do Pedro eu decidi que iria colocar tudo isto para trás das costas. Eu escolhi ser feliz. Fazer parte da luz que guiaria os meus filhos ao reino de deus, porque meus amigos, para muitos a festa é importante mas para mim/nós o batizado é muito mais do que isso, o batizado trata de fé, de encaminhar os nossos filhos à casa do senhor e de partilhar tudo isto com as pessoas que amamos e que escolhemos para fazer esta longa caminhada que se chama viver.

Eu escolhi, tal como no dia do meu/nosso casamento, que se algo estivesse menos bem colocaria o filtro do “Está tudo bem”. E verdade seja dito aos olhos dos convidados parece que estava mesmo. Ouvimos rasgados elogios ao longo do dia o que faz com que tudo isto se torne ainda mais pessoal. Eu, com uma depressão pós parto, devidamente diagnosticada e largamente ignorada, tive um desgaste fora do normal para quem tentou com que tudo se resolvesse a tempo.

Agora, depois de lerem isto, se calhar entendem porque razão em 2013 quando fui convidada para ir ao “Você na Tv” eu disse NÃO! Não por despeito ou por ingratidão, mas porque a FIOAPAVIO sou eu! E por respeito aos meus clientes, por respeito aos seus pedidos, e como já tinha uma lista de espera na altura pois estávamos no apogeu dos maxi colares que tanto trabalho me dão e porque era natal, eu decidi dizer não. Depois disso aconteceram mais convites, mercados e programas de televisão, recebi a sic na minha casa e apareci no jornal da noite, mas todos os passos que dei foram sempre a pensar no que já conquistei e não na ganância de querer sempre mais e mais a qualquer preço.

Cada criador/autor saberá muito bem o que fazer com a sua marca mas enquanto consumidora eu tenho uma opção: a de dizer até sempre ou dizer até nunca.


Agora, vamos ao que realmente importa? Textos felizes... aguentam?








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