22/01/2019

19 MESES DE NÓS

É uma enorme banalidade dizer que os últimos meses das nossas vidas têm sido avassaladores. Que me sinto uma corredora (sem tirar o cu gordo de casa) de obstáculos que não consegue ver para alem do obstáculo obvio que tem à sua frente (sem conseguir ver os 28238438 outros que me aguardam).

O Pedro e o Francisco têm nos trazido muito mais do que alguma vez estávamos à espera para o bem e para o mal. Se por um lado fomos inundados por um amor avassalador por outro perdi toda e qualquer auto estima que ainda restava… mas isto são contas de outro rosário e vamos é falar dos 19 meses que já passaram num instante.

Falemos do Pedro, o meu mais velho (1 minuto): é o nosso pequenino charmoso, continua a fazer dos olhinhos que sorriem a sua arma mais mortal e impossível de resistir. Finalmente começou a andar (no dia de natal mais concretamente) e tem um andar igualmente sexy e irresistível porque muito trapalhão ainda acha que consegue correr como se do Tom Sayer se tratasse. Coloca um pezinho de lado mas segundo a fisioterapeuta do nosso coração ainda não é nada que nos deva preocupar por ser precoce, pode ser em busca de maior equilíbrio. Vamos ver...
Demora uma eternidade a comer, lambe-se quando lhe convém o menu (massinhas e ovo mexido é a escolha do momento) e produz uns estalidos com a língua altamente reprováveis pela Sô dôna Bobone mas que a nós nos fazem rir (por enquanto).
Gosta de coisas felpudas e fofinhas e sempre que se cruza com algo que se encaixa nestes requisitos abraça até não ter mais forças! 
É a nossa bussola. Como não fala aponta para todo o lado a pedir isto e aquilo, para uns e para outros… obvio que temos de lhe dificultar a vidinha para ver se sai algum som daquela boca querida mas está difícil. Já estamos encaminhados para a terapia da fala pois parece que há por ali um problema ao nível dos maxilares (também por isso tanta dificuldade que temos sentido na introdução dos sólidos).
É o meu menino doce, de gargalhadas contidas, é o meu sósia, que levanta a sobrancelha e enruga a testa. Adora livros, bate palminhas, precisa de pessoas para partilhar tudo, gosta que nos sentemos com ele para fazer torres de legos (que o irmão prontamente destrói), para jogarmos à bola ou brincar com os carrinhos na sua mega garagem.
O Pedro é o meu mini me tal é a nossa parecença (coitadinho).


O nosso Francisco… ai o meu cisquito (francisco… Francisquito… cisquito… merdices de mãe, não liguem) é um desafio diário. É o meu filho diva, tudo é intenso na sua vida, tudo é altamente fantástico ou terrivelmente catastrófico. Não conhece o meio termo. Ou dá as gargalhadas sonoras mais fantásticas ou rebola e bate com os pés no chão como se isso lhe fosse valer de alguma coisa (um dia destes deve começar a ganhar umas palmaditas no rabo que não lhe farão mal algum… venham de lá as criticas), de mim ganha um olhar reprovador que ele já conhece e das duas uma ou o leva a um choro real (e aí envolvo-o e dou-lhe todo o mimo do mundo) ou percebe que não leva a  nada e desiste e vai fazer outra travessura qualquer. 
Já anda mas é o único que não sabe disso… ainda precisa da bengala do dedo para se deslocar porem por vezes damos com ele a soltar-se de tudo e de braços abertos a sentir a vertigem da verticalidade e balançando de um lado para o outro e a rir-se que nem um perdido.
É o meu monstrinho das bolachas. Come bolachinhas como a impressora devora folhas, coloca a bolacha na boca e vai empurrando até ela desaparecer por completo na sua boca marota.
Gosta muito da sua chuchinha e tem um habito que há muito nos faz rir. A chucha dele é daquelas ovais mas que não é facetada, ou seja, é igual de um lado e do outro mas o Francisco sempre que lhe colocamos a chucha na boca faz questão de a rodar. Sempre!
É a minha lapinha, aquele que não me deixa trabalhar porque vem por baixo da mesa e aparece-me entre as pernas (batendo com a cabeça mais vezes do que o desejado). É teimoso como a mãe e como o pai… que estranho! Tem um sorriso desafiante mas tao docinho que corremos o risco de ficar diabéticos só de olhar para ele. Gosta de brincar com os seus moinhos da praia, minutos sem fim. Gosta de carrinhos e bolas. Gosta de praticamente tudo o que gira e roda. É primário nos movimentos, dito pela terapeuta, e andamos a lutar para que tudo fique bem.
É o meu filho medo (medo que uma ligeira suspeita de mãe não se verifique… não quero escrever sobre isso, ainda não sou capaz… um dia). É o meu filho mel e o mais pequenino grande (porque já está maior do que o irmão).



Vivo com o medo de não chegar… de ser poucochinho para estes dois pequeninos. Vivo com a certeza porem de que lhes dou tudo o que tenho nada sobrando para mim. Vivo por eles e para eles há mais de 19 meses, pois a nossa luta começou tao antes dos números mágicos. Sinto-me a viver numa esquizofrenia constante entre a felicidade extrema e a incompetência profunda, entre uma alegria eufórica e uma tristeza solitária, mas não trocava nem por um segundo tudo o que estou a viver ao lado destes dois (três com o pai que é variável constante nesta nossa equação familiar).

Assim são 19 meses de nós e a certeza de que este ano de 2019 será marcante nas nossas vidas, neste NÓS 

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