21/02/2018

PLAGIOCEFALIA E BRAQUICEFALIA - PALAVRÕES A COMBATER

Já aqui falei anteriormente do problema do nosso guerreiro Pedro. Desde os dois meses que a pediatra, muito atenta o reencaminhou para a fisioterapia de forma a combater um torciolo e uma hipotomia axial acentuada. Paralelamente a isto o Pedro tinha ainda uma PLAGIOCEFALIA E BRAQUICEFALIA claras. Ambos os palavrões são muito comuns em bebes prematuros (porque é nas ultimas semanas de gravidez que o crânio fortalece), em gémeos (porque dentro do útero não havendo muito espaço ficam muito restringidos) e em cesarianas pois não passam pelo canal vaginal onde os ossinhos do crânio ficam todos alinhadinhos. Ora o nosso Pedro é fruto de tudo isto que acabei de escrever logo... estranho seria se nenhum dos nossos pequeninos não se cruzasse com um destes palavrões. 
Para elucidar um pouco a quem está a ler o que é a plagiocefalia e a braquicefalia aqui fica uma explicação simples e sem grande pretensiosismo: 

Plagiocefalia – este é o tipo mais comum e ocorre quando a cabeça é achatada de um lado, fazendo com que pareça assimétrica e distorcida. Por exemplo, as orelhas pode estar desalinhadas e quando visto de cima da cabeça, essa diferença é inequívoca.

Braquicefalia – isto é, quando a parte de trás da cabeça se torna achatada,.

Para acompanhar a plagiocefalia e a braquicefalia escolhemos aos 3 meses a Dra Paula Rodeia (conforme já tive oportunidade de escrever) e é ela que tem seguido os nossos pequenitos.

Ora na consulta dos 4 meses foi detetado no Pedro um desvio de 12mms de uma orelhinha para outra (olhando de cima) o que justiçaria o uso terapêutico de capacete. Porém, e dada a sua tenra idade, foi decidido pela equipa medica e por nós pais que iriamos aplicar outras medidas (como mais tummy time, andar mais de mochila, continuar a dormir com a sua mimos, e cada vez menos tempo em cadeiras que obriguem a ter a cabecinha encostada) e esperar por nova analise passado um mês. De notar que a assimetria do Pedro é apenas das orelhinhas para trás e não identificada quando olhamos para ele de frente.

Passou um mês e aos 5 meses o Pedro tinha passado de 12mm para 8mm de diferença o que nos dava esperança de que estávamos no caminho certo e que o capacete não seria uma realidade (alerto para o facto de não me chocar nada o uso do capacete, mas apenas em casos estritamente necessários) e perante isto decidimos, mais uma vez, aguardar.

Na consulta dos 6 meses a realidade foi mais dura e o Pedro tinha passado de 8 para 10mm, a sua cabecinha tinha crescido e aumentado a diferença anterior. Confesso que não estávamos preparados para o retrocesso e ainda menos ao que a Dra. Paula tinha para nós : "colocamos capacete daqui a 15 dias". Mas como? Se num mês tivemos uma evolução positiva e no outro um negativo não seria expectável que esperássemos outro mês para de alguma forma perceber qual a tendência? Saímos da consulta com a certeza de que teríamos de procurar novas opiniões (ou a mesma) de outros técnicos de saúde de forma a tomar uma decisão bem fundamentada e que deixasse o nosso coração mais apaziguado. E assim fizemos. Disparámos literalmente para todos os lados e colocámos os nossos amigos no terreno de forma a encontrar respostas para o nosso Pedrinho.

As Anas foram uns anjos (mais uma vez) que caíram nas nossas vidas e logo conseguiram uma consulta com o chefe de cirurgia do Hospital da Estefânia, o neurocirurgião Dr.. Mário Matos. A nossa terapeuta aconselhou-nos um osteopata fantástico com crianças da clinica Kinetic, o Gonçalo. Uma amiga da minha mãe conseguiu-nos uma consulta com a neurocirurgiã Dra. Cláudia Faria do hospital de santa maria (que fora o braço direito do Dr. João Lobo Antunes recentemente falecido). E a minha prima conseguiu-nos uma consulta de urgência com o neuro pediatra Dr. Nuno Lobo Antunes. Depois de tudo isto sentimos que estávamos a fazer a nossa parte e que tínhamos na mesa técnicos e especialidades que nos iriam ajudar a tomar a decisão mais acertada.

(continua)

Nota- infelizmente eu sei que muitas das pessoas não terão a mesma facilidade que nós tivemos em marcar com tantos técnicos credenciados e com créditos dados em tao pouco tempo. Infelizmente o sistema nacional de saúde não se compadece com urgências deste tipo e por isso foi graças à nossa cadeia de amigos que o conseguimos. E como a gratidão é memoria do coração nós somos imensamente gratos a todos.

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