12/06/2015

POR VEZES INTERROGO-ME


Por vezes interrogo-me sobre esta minha forma de me dar. Questiono porque me é tão fácil tocar nos que estão mais longe e espicaço quem está aqui mesmo ao lado. Porque razão tenho esta forma de exigir e criticar os que mais amo e afago e aceito as diferenças dos que estão do outro lado. Porque razão me defendo e me escondo dos que amo e me exponho aos que não me conseguem tocar. Por vezes interrogo-me sobre esta carapaça de arrogância e autoritarismo que visto sempre que me encontro com as pessoas importantes da minha vida quando a todas as outras me mostro… nua. Por vezes interrogo-me porque razão não sei amar os que me amam com a mesma eficiência com que uso as palavras com todos os outros que me procuram. Por vezes penso na esquizofrenia de viver entre a sara que os que me amam vêem, a sara que outros lêem e admiram e a sara real, a sara implacável que não sabe lidar com os seus falhanços imperfeições (sendo que na realidade eu sou todas as três e mais). Não fui feita para falhar. Não admito falhar, não aceito o meu erro, não sei lidar com o meu fracasso. E nesta busca da perfeição… já falhei muito, já errei demais e já fracassei mais do que algum dia irei admitir.

Por vezes interrogo-me de onde veio esta necessidade de ser competente, de ter a folha imaculada sem faltas, sem negativas, sem folhas rasuradas, sem cartolinas vincadas, sem imperfeições. Quando nasceu isto? 

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