19/05/2015

BARCELONA, SKATE E FUTEBOL

Foi uma viagem relâmpago e sem tempo para pensar em grandes passeios ou deambulações turísticas. Foi uma viagem dedicada única e exclusivamente ao skate e ao evento do STREET LEAGUE SKATEBOARDING. Uma viagem que me permitiu durante um fim de semana inteiro não pensar (muito) na realidade que deixei aqui.
Ficámos numa zona de Barcelona que conheço mal, junto ao arco do triunfo e do jardim Zoológico. Confesso que não gostei. Vim de Barcelona com uma ideia que não tinha anteriormente: uma cidade suja, com cocós de cães espalhados por todo o lado (um verdadeiro nojo) e pouco atractiva... valeu o facto de ser um toque e foge já que o evento foi em Badalona (mesmo junto à praia).
Mas regressemos ao skate. Muitas pessoas me interrogam se não acho uma seca (à porta dos quarenta anos) assistir a campeonatos de skate e a verdade é que não. O skate apaixona-me cada vez mais em detrimento do futebol. Eu já fui muito "boleira", sou do Sporting desde pequenina, acompanhava o meu tio e prima a treinos e jogos, sabia as classificações e todas as competições em que o meu clube estava representado... depois com a idade fui-me indignando com algumas situações menos claras e justas que abundam no mundo do futebol. Com a entrada do João na minha vida comecei a conhecer melhor outros desportos e nomeadamente o skate e o que me fascina mesmo neste desporto é o fair play. Estranho não é? Num desporto de "putos" suados e com mau aspecto assistimos a mais fair play do que nos penteadinhos e pomposos jogadores da bola. 
Como referi anteriormente o Street league Skateboarding é uma espécie de Liga dos campeões do skate. Ali estava a nata da nata dos skaters, alguns já milionários com vinte e poucos anos à conta do jeitinho que têm com os pés em cima de uma tábua. uns trecos e umas rodas.
E ali não há estágios de 1 mês para se preparem para o evento, não há um recolhimento de diva, nem penteados de prima donas. Eles misturam-se com o publico, dão-se a conhecer com a mesma alegria com que o fazem na quadra do evento. E se pensam que no momento da competição isso muda estão enganados... ali dentro todos torcem por um bem comum: o gozo que é ver boas manobras. Não se ouvem UHHHHH'S ou FDP, ouvem-se sim tábuas a bater no chão quando algum atleta consegue uma manobra bestial. Existe ali uma genuína forma de estar no desporto que me faz enamorar cada vez mais. Assistir ali ao vivo a tudo isto foi bom. Muito bom. 
Na bagagem trouxe um boné assinado pelo Nyjah Huston o Ronaldo do skate (perdoem-me a comparação mas é para terem uma ideia), trouxe um fair play que não se vê nos desportos mais comuns e uma vontade de voltar sempre.



Já no avião e depois de sabermos que o Benfica era campeão nacional olhámos para baixo e assistimos lá de cima, bem de lá de cima a um Marquês de Pombal colorido e iluminado (visto das nuvens estava rosa). Regressámos à nossa realidade, ao desporto das massas que obriga a reforços policiais, à destruição de património municipal e pessoal, às ofensas verbais e físicas, à violência gratuita... e eu só pensava o futebol é isto? É este o legado que pais insistem em passar aos filhos quando os levam aos estádios? Se é... então eu prefiro o skate. 

Nota- não há nada de fanatismo clubístico nas minhas palavras porque o que aconteceu foi com o Benfica mas se fosse com outro clube tudo seria igual mas com outras cores.

Da esquerda para a direita, e do primeiro para o terceiro lugar aqui estão os atletas que mais brilharam: Nyjah Huston, Paul Rodriguez e Evan Smith (este ultimo passou a ser o meu favorito do momento)

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