22/03/2015

A MINHA PRIMEIRA CORRIDA.. DE MUITAS!



Dormi mal. A noticia que recebera ao final do dia não me deixou sossegar. Infelizmente quando uma amiga perde o seu porto seguro, o seu pai, a primeira corrida da nossa vida perde toda a importância.
O despertador tocou já eu há muito estava acordada. Sete da amanha foi a hora que nos colocámos a mexer rumo à nossa primeira corrida.
Encontro marcado com dois amigos queridos, que isto assim dividido parece que custa menos, e lá fomos nós. Carro estacionado junto ao museu de etnologia (big mistake porque à volta e já quase sem força temos de subir aquela distancia toda) e lá fomos nós, alegres e saltitantes.
Autocarro, comboio, um rio deixado para trás e a chegada ao Pragal. Um mar de gente de todas as cores, idades, nacionalidades, tamanhos... de tudo. Que bom! Que reconfortante ver que todas aquelas pessoas poderiam estar em casa a lamentar-se da vida e das injustiças mas não! Escolheram estar ali, naquele sitio e preparadas para correr, caminhar, andar, passear... domingar mas de forma saudável. 
O meu coração bateu no momento em que o meu telefone tocou... era a Ana. Uma das minhas Anas, daquelas que têm poderes especiais e que puxam por mim e não me deixam ceder ao facilitismo. Finalmente eu ia tocar-lhe, agarra-la. Quis o destino que a mini e a meia maratona estivessem separadas por uma rede mas nem isso nos impediu de nos sentirmos. Que bom. Era mais um sinal de que algo ia acontecer.


O som da partida soou para alguns, nós apenas vimos que o espaço à nossa frente começava a ser maior. Era ali naquele momento que a minha missão começava. Confesso que o primeiro quilometro foi tenebroso, circundar pessoas, passar por cima de carrinhos de bebes (quase), evitar quedas não pisando nem ser pisada por ninguém foi difícil. Mas depois a coisa começou a fluir e a senhora nos meus ouvidos ditava-me tempos que nunca fiz. O quinto quilometro o mais rápido de sempre desde que comecei esta aventura há um ano. Caraças eu estava a conseguir. Nós estávamos a conseguir. Os quatro juntos e com um ritmo muito próprio estávamos a avançar. Meu Deus e o que dizer dos aplausos? Dos gritos de incentivo que muitos nos dedicaram, a todos sem excepção? Miraculosos! Deram energia, motivação extra, empurram-nos de uma forma que eu não sei traduzir por palavras.
Entrados na Avenida da Índia a minha pele começou manifestar-se. Toda eu era arrepios. A minha voz embargou-se e quando dei por mim as lágrimas corriam-me pelo rosto. O ultimo quilometro e meio foi muito difícil física e psicologicamente. Não eram as pernas que me doíam nem tão pouco a chamada dor de burro (que nunca cheguei a sentir) era a dificuldade de respirar por não conter as lágrimas. Na cabeça tinha a Ana que chorava a morte do pai, todas as pessoas que seguem o meu trabalho na FIO A PAVIO e que me incentivaram sem parar, os magníficos exemplos que as redes sociais nos permitem seguir, os meus pais que há um ano atrás me ofereceram a hipótese de ser mais saudável, os doze quilos que ficaram no ano que passou (há mais para perder), os amigos que estavam ali ao meu lado e... não menos importante o meu amor maior, que detestando correr (ele é mais skate e snowboard e surf) ali estava, sempre ao meu lado, a fotografar, a puxar por mim e a agarrar-me na mão quando me viu desmoronar.
No final nos últimos metros demos os 4 as mãos. A meta. A chegada. E eu não consigo traduzir por palavras o que senti. Não! Eu não estou viciada na corrida. Eu não adoro (ainda) correr. Foi duro. Dói. Mas é bom. É tão bom que vou querer repetir!

O meu obrigada a TODOS sem excepção que de alguma forma me ajudaram e ajudam neste caminho de ser uma pessoa mais saudável e menos sedentária. Bem-hajam!







3 comentários:

  1. Respostas
    1. Os fotógrafos de fim de semana foram o "piorzinho" da ponte... pior ainda do que a faixa metálica (que foi uma tortura) da mesma!

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