09/01/2014

QUE SEJA DIFERENTE. APENAS DIFERENTE!

Confesso que estava a adiar este momento desde segunda- feira: o momento em que teria de retirar toda a decoração de natal cá de casa.

Eu gosto de ter a casa decorada na época natalícia, não porque fique particularmente feliz nesta época do ano, mas porque me dá gozo sentar-me no sofá, durante todo o mês de Dezembro e disfrutar do piscar das luzes. Ver a decoração maioritariamente branca ser invadida pelo verde e encarnado. Ver estrelas e bolas a ganhar protagonismo num universo maioritariamente marcado por ângulos rectos.

O natal chega e com ele as memórias tristes acentuam-se. O aniversário que nunca comemorei com o meu avô paterno, faz-me chorar. As saudades que sinto por quem já partiu, dominam-me. As quezílias de quem passa onde e come o quê e quem faz o quê e custa quanto, tiram-me do sério. O consumismo e a hipocrisia que se cria em torno das prendas, enerva-me.

Depois vem o ano novo e tudo piora. A lembrança daquela passagem de ano em que o meu avô materno nos deixou. A certeza de que a partir daquele dia nunca mais o iria ver. A pressão de comer 12 passas (que eu odeio) e acreditar que o novo ano vai ser melhor. E o desejo intimo de trocar os 12 desejos impostos por apenas 3.

Tudo isto é processado pelo meu cérebro enquanto arrumo as decorações de Natal. Choro. Rio-me. Recordo. Prometo. Ignoro. Zango-me. E arrumo.
Agora voltei ao branco. Aos móveis imaculados (quando não têm pó). Ao verde das minhas plantas e ao desejo de que para o ano seja diferente... apenas diferente!



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