11/03/2014

PAREDES COM CARISMA

Quando decidimos comprar casa eu tive de ceder perante a questão geográfica. O homem não abdicava de estar perto do mar e eu lá tive de abandonar o sonho de recuperar uma casa num bairro histórico de lisboa. Gosto de coisas com história, com carisma, com passado e sempre sonhei com pés direitos altos, janelas de sacada, vizinhas metediçassoalhos de madeira meio gastos,… Mas esse desejo ficou lá atrás e hoje moramos num apartamento novo onde somos nós a criar as memórias. Bem na verdade, nós e a construtora pior do mundo que nos saiu na rifa, que neste momento é mais eficiente a deixar marcas no nosso apartamento do que nós próprios. Mas isso é outra história… e longa.
Voltemos à nossa casa. Ora se eu abdiquei da localização ele deixou a decoração quase toda a meu cargo (pobrezito, confiou no meu diploma como arquitecta) de forma a equilibrar a balança das decisões. E assim a nossa casa mergulhou numa paleta que varia entre o preto, os castanhos e o branco. Muito branco. As paredes, os móveis, as loiças, a cama… vivemos num universo de luz e confesso que não há nada melhor do que sair do quarto e assim que entro no corredor ver o mar ao fundo e os reflexos de luz espalhados pelas paredes. E agora sim chegámos ao assunto que me trás por aqui hoje. As paredes. Bem na verdade é uma parede (para já). Tenho dado por mim a olhar em frente, para uma parede em branco (ele pensa que estou a ver televisão) e a sonhar no dia em que pegaria numa picareta e picaria o estuque e o reboco e deixaria à vista o tijolo. Esse dia não vai chegar pois caso ousasse fazer isso existira a grande possibilidade de entrar pela casa dos vizinhos a dentro, primeiro porque a nossa construção é muito má e depois porque o tijolo que é usado não é o mais bonito para ficar visível. Assim há uma ideia que está a crescer dentro de mim… revestir a parede a tijolo burro, picar o tijolo novo e dar-lhe um ar envelhecido e depois… depois pintar de branco o que seria mais?
Ainda não verbalizei a totalidade deste desejo cá em casa… deixei no ar. Disse que pensei nisso, uma vez, vá duas no máximo. E ele até achou engraçado (cheira-me que o disse apenas porque acha que é mais um delírio meu) mas o que me lixa mesmo é que nesta minha obsessão pelos branco (e para que fossem de mais fácil manutenção) temos os moveis pendurados nas paredes e … ele vai-me torrar a paciência quando perceber que vamos ter de arrancar os moveis (presente de natal dos senhores meus pais do ano passado) para fazer esta minha “brincadeira”.

Alguém tem uma sugestão de como anestesiar um marido por uma semana só para eu experimentar a coisa, e se não correr bem voltar a pôr tudo como estava?





2 comentários:

  1. Ahahahah, eu também acho que fica mais giro, mas se calhar vamos ter de deixar passar mais uns tempinhos

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    1. Sempre em sintonia... mas nunca ao mesmo tempo... tu demoras a concordar ah ah ah

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