A maior
parte das minhas memórias mais doces estão aqui… no sul. Num local onde tenho o
melhor dos dois mundos: o encanto dos campos semeados de trigo e tremocilha e o
fascínio e imensidão do mar. Tudo isto serviu de fundo ao meu crescimento. E
não poderia pedir mais. Quer dizer, talvez pudesse, que a vida não tivesse
levado tão cedo os anfitriões de todos estes regressos. Faltam-me os abraços
estendidos e os olhos carregados de lágrimas de emoção a cada chegada. E hoje
faltam-me também as amêndoas e o chocolate e o folar da minha mãe, na verdade,
eles andam por aqui bem à frente do meu nariz e olhos, eu é que não lhes toco.
Este ano estou de costas voltadas não só para a carne que não se pode comer
neste dia como para todas as outras tentações que abundam neste Alentejo que eu
amo. Sacrifícios pascais desta grande lontra que vos escreve.
Sem comentários:
Enviar um comentário