Quando decidimos
comprar casa eu tive de ceder perante a questão geográfica. O homem não abdicava
de estar perto do mar e eu lá tive de abandonar o sonho de recuperar uma casa
num bairro histórico de lisboa. Gosto de coisas com história, com carisma, com
passado e sempre sonhei com pés direitos altos, janelas de sacada, vizinhas metediças, soalhos de madeira meio gastos,… Mas esse desejo ficou lá atrás e hoje moramos
num apartamento novo onde somos nós a criar as memórias. Bem na verdade, nós e
a construtora pior do
mundo que nos saiu na rifa, que neste momento é mais eficiente a deixar
marcas no nosso apartamento do que nós próprios. Mas isso é outra história… e
longa.
Voltemos à nossa
casa. Ora se eu abdiquei da localização ele deixou a decoração quase toda a meu
cargo (pobrezito, confiou no meu diploma como arquitecta) de forma a equilibrar
a balança das decisões. E assim a nossa casa mergulhou numa paleta que varia
entre o preto, os castanhos e o branco. Muito branco. As paredes, os móveis, as
loiças, a cama… vivemos num universo de luz e confesso que não há nada melhor
do que sair do quarto e assim que entro no corredor ver o mar ao fundo e os
reflexos de luz espalhados pelas paredes. E agora sim chegámos ao assunto que
me trás por aqui hoje. As paredes. Bem na verdade é uma parede (para já). Tenho
dado por mim a olhar em frente, para uma parede em branco (ele pensa que estou
a ver televisão) e a sonhar no dia em que pegaria numa picareta e picaria o
estuque e o reboco e deixaria à vista o tijolo. Esse dia não vai chegar pois
caso ousasse fazer isso existira a grande possibilidade de entrar pela casa dos
vizinhos a dentro, primeiro porque a nossa construção é muito má e depois porque o tijolo que é
usado não é o mais bonito para ficar visível. Assim há uma ideia que está a
crescer dentro de mim… revestir a parede a tijolo burro, picar o tijolo novo e
dar-lhe um ar envelhecido e depois… depois pintar de branco o que seria mais?
Ainda não verbalizei
a totalidade deste desejo cá em casa… deixei no ar. Disse que pensei nisso, uma
vez, vá duas no máximo. E ele até achou engraçado (cheira-me que o disse apenas
porque acha que é mais um delírio meu) mas o que me lixa mesmo é que nesta minha
obsessão pelos branco (e para que fossem de mais fácil manutenção) temos os
moveis pendurados nas paredes e … ele vai-me torrar a paciência quando perceber
que vamos ter de arrancar os moveis (presente de natal dos senhores meus pais
do ano passado) para fazer esta minha “brincadeira”.
Alguém tem uma
sugestão de como anestesiar um marido por uma semana só para eu experimentar a coisa, e se não correr bem voltar a pôr tudo como estava?
Ahahahah, eu também acho que fica mais giro, mas se calhar vamos ter de deixar passar mais uns tempinhos
ResponderEliminarSempre em sintonia... mas nunca ao mesmo tempo... tu demoras a concordar ah ah ah
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